Sete vezes campeão, o Milan nunca é uma zebra na Liga dos Campeões. Mas talvez nem os mais fanáticos torcedores rubro-negro imaginariam que a equipe italiana conseguiria uma justa vitória por 2 a 0, sobre o Barcelona, nesta quarta-feira, no San Siro, em jogo válido pelas oitavas de final do torneio continental.
Os motivos para que isso soasse improvável eram diversos. A começar pela ausência de Balotelli, que, por ter já jogado a Liga pelo Manchester City, não pode atuar na competição pelo Milan. E também porque do outro lado estava o Barcelona de Messi, o melhor jogador do mundo. A equipe catalã não perdia de dois gols de diferença desde janeiro de 2011.
Se quiser continuar sonhando com o título, o Barcelona tem que vencer 2 a 0 – levando a decisão para os pênaltis – ou três gols de diferença a partida de volta, dia 12 de março. No meio do caminho, dois jogos contra o Real Madrid, um deles valendo vaga na final da Copa do Rei. Já o Milan domingo joga contra a Inter de Milão e no sábado seguinte com a Lazio, em confrontos decisivos na briga por uma vaga na próxima Liga dos Campeões.
O JOOGO – A partida já começou com os dois times deixando claro suas intenções. O Barcelona, como sempre, tocava a bola no campo de ataque. O Milan se fechava atrás acreditando na possibilidade de ameaçar num contra-ataque. Dono de sete títulos e jogando em casa, o time italiano não tinha vergonha de admitir a superioridade espanhola.
Mas este panorama fez o jogo ser muito mais insosso do que se imaginava. A comparação óbvia é com a semifinal da Liga em 2010, quando a Inter de Milão teve a mesma postura diante do Barcelona que agora seu rival tem.
Em muitos momentos do primeiro tempo era possível ver 21 jogadores circundando a área defensiva do Milan, que recuava seu time inteiro. Mas a estratégia dos donos da casa dava certo, tanto que os dois times foram para o intervalo sem terem ameaçado os goleiros rivais.
Quem esperava mudanças viu os dois times voltarem jogando do mesmo jeito para o segundo tempo. Tudo seguiria igual não fosse um lance confuso aos 11 minutos. Montolivo bateu falta ensaiada, a bola desviou na zaga e voltou em cima de Zapata. O colombiano pulava com os braços levantados e a bola explodiu na sua mão. Os jogadores do Barcelona pararam pedindo falta clara, o árbitro nada deu, e ela sobrou para Boateng marcar 1 a 0.
O gol acordou o Barcelona, que decidiu ser mais incisivo. O Milan tinha tudo que queria: a vitória e o contra-ataque. E foi assim que o time da casa ampliou. Niang recebeu pela direita, driblou Puyol e tocou para El Shaarawy. A sensação milanesa recebeu no meio da área e já rodou rápido para Muntari que, livre, bateu de primeira, cruzado, fazendo lindo gol.