Existiam vários fatores que poderiam ter marcado de forma positiva o clássico entre Milan e Roma, neste domingo, em Milão, pela penúltima rodada do Campeonato Italiano. O Milan estreou um uniforme dourado e lutava para assegurar classificação à fase de grupos da próxima Liga dos Campeões, mas o duelo não só terminou em 0 a 0 como também chegou a ser paralisado por causa de um episódio de racismo que envolveu o atacante Mario Balotelli, do time da casa.
Pouco depois do intervalo, o jogador, que é negro, reclamou do comportamento de torcedores da Roma e pediu silêncio, assim como falou para o capitão da equipe romana, Francesco Totti, gesticular para a torcida para impedir que os cânticos racistas continuassem.
Os coros racistas já foram ouvidos no primeiro tempo, e o sistema de alto-falantes do Estádio San Siro chegou a alertar que o jogo poderia ser suspenso. Porém, como o comportamento se repetiu na etapa final, o árbitro Gianluca Rocchi paralisou a partida, antes de reiniciá-la minutos depois.
Este foi apenas mais um dos muitos casos de racismo que atingiram o futebol europeu nos últimos tempos. O meia Boateng, do próprio Milan, chegou a abandonar o campo em um amistoso do time, em janeiro, após ter sido alvo deste tipo de manifestação.
Em campo, os dois times tiveram pouca inspiração no San Siro e Balotelli chegou a levar um cartão amarelo após cometer uma dura falta sobre o zagueiro brasileiro Marquinho. E, curiosamente, ao tentar tirar o cartão das mãos do árbitro por não concordar com a punição, Muntari foi expulso em seguida.
Com o empate por 0 a 0, o Milan chegou aos 69 pontos, na terceira posição do Italiano, e não conseguiu assegurar a classificação para a Liga dos Campeões, pois, horas mais cedo, a Fiorentina bateu o Palermo e foi aos 67 pontos, a uma rodada para o término da competição. Já a Roma figura na discreta sétima posição, com apenas 59.