O francês Michel Platini concorrerá à presidência da Fifa na eleição marcada para o dia 26 de fevereiro de 2016. Fontes próximas ao francês confirmaram à reportagem que o ex-jogador realizou consultas em Zurique e em São Petersburgo, na Rússia, para colher apoios, costurar uma aliança com algumas das principais regiões do mundo e decidiu que seu momento chegou.
Principal adversário de Joseph Blatter por anos, Platini não quer se apresentar apenas como um representante da Uefa. E deu indicações que pode atender a pedidos dos cartolas da Conmebol em troca de votos. Com 60 anos, Platini caminha para completar uma carreira inédita. Foi um dos jogadores mais premiados de sua geração, treinador da seleção francesa, organizador do Mundial de 1998 e é o atual presidente da Uefa.
Mas não são poucos os que duvidam de sua capacidade de promover uma reforma numa entidade da qual foi vice-presidente por quase uma década. O francês ainda votou pelo Catar para sediar a Copa de 2022. Mas garante que não vê problemas com sua opção e rejeita qualquer insinuação de compra de votos no processo de escolha. Ele também rejeitou um boicote contra a Copa de 2018 na Rússia depois que Vladimir Putin invadiu parte da Ucrânia.
No ano passado, depois de receber um relógio de luxo de presente da CBF e receber ordem da Fifa para devolver o “agrado”, Platini indicou que não o faria. Dentro da Uefa, ele ainda evitou falar de assuntos como a publicação de salários e limite de mandatos para cartolas.
Mas insistirá que é a pessoa que fará a reforma de que a Fifa precisa. Como a reportagem revelou na semana passada, ele considera que, diante da fragilidade da Conmebol, inundada por escândalos de corrupção, cabe à Europa voltar a ocupar o poder no futebol mundial.
Blatter, apesar de suíço, era visto como representante do “resto do mundo” e uma continuação do reinado de João Havelange. Uma vitória de Platini, portanto, representaria a volta da Uefa ao poder do futebol mundial pela primeira vez em 40 anos.
ADVERSÁRIOS – Platini sofre uma forte resistência na África, já que é visto como representante dos interesses europeus no futebol. Por esse motivo, mergulhou nos últimos dias em consultas com dirigentes de diferentes partes do mundo. Há uma semana ele esteve reunido com o presidente da Conmebol, o paraguaio Juan Napout, em Zurique, para acertar uma aliança.
Entre os candidatos que terá de enfrentar, a lista promete ser longa. Ali bin Hussein, da Jordânia, e o sul-coreano Chung Mong-Joon (magnata da Hyundai e ex-vice-presidente da Fifa) estão no páreo. Zico enviou uma carta nesta terça-feira para a CBF para pedir que seja oficialmente apresentado ao cargo. Mas não deve receber o apoio da entidade brasileira.