Nuremberg (AE) – Hoje é um dia de comprovações para o México. Hora de provar em campo que tem condições de se igualar ao futebol argentino e brasileiro, como frisam seus dirigentes. De que a seleção não chegou à toa à posição de cabeça de chave de um Grupo da Copa, o D. De que as palavras ambiciosas do técnico Ricardo Lavolpe (sonha com, no mínimo, as quartas-de-final) vão muito além de promessas. O duelo contra o Irã, time sem muita força, mas com disposição de sobra, às 13h (de Brasília) em Nuremberg, será a primeira oportunidade para mexicanos transformarem em resultados o blábláblá dos últimos dias.
Ricardo Lavolpe já adiantou, na sexta-feira, respeitar, mas não temer rivais. Chegar às quartas é apenas o primeiro passo de um projeto ambicioso de comissão técnica e dirigentes mexicanos. O país que sediou os mundiais de 1970 e 1986 sonha entrar para o seleto grupo de vencedores da Copa do Mundo. Por isso, segura a maioria de seus craques nas equipes mexicanas. Jogar na Europa é fato raro no elenco.
O destaque do time, o goleiro Osvaldo Sanchez, é um dos que defendem clubes locais. Ele é o camisa 1 do Chivas Guadalajara, que disputa a Copa Libertadores. Ele vai estar em campo contra o Irã mesmo após a morte de seu pai durante a semana – Sanchez chegou a viajar ao México para acompanhar os funerais, mas garantira antes mesmo de deixar a Alemanha que voltaria para jogar. A federação mexicana disponibilizou um jatinho para o goleiro seguir até a América do Norte.
A aposta está nos pés do goleador Borgetti. Hoje, quantos mais gols fizer, melhor. Contra o Irã, vencer virou questão de honra. Os mexicanos querem levar vantagem sobre Portugal, pela lógica o adversário a ser batido no grupo (o duelo será dia 21), no saldo de gols.
Mas cuidados não fazem mal a ninguém. Apesar de serem considerados zebras, os iranianos estão bastante empolgados para o encontro. Seu técnico, o croata Branko Ivankovic, fala em surpreender na velocidade. Ele usa da tática de elogiar o rival, colocá-lo no céu, para deixá-lo bastante à vontade e, claro, um pouco desconcentrado. Tudo para encaixar o contra-ataque dos sonhos.