Confirmado como piloto de testes da McLaren, nesta terça-feira, o brasileiro Sérgio Sette Câmara garante que o acerto não tem qualquer vínculo com patrocínio. Nem mesmo com a Petrobrás, que patrocina o time britânico desde o início do ano e passou a dar um apoio específico ao brasileiro, através da Lubrax, nos últimos meses.

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“Não tem dinheiro envolvido. Isso é importante para mim, se não a gente fica com aquela pecha de piloto pagante. E é difícil sair desta sombra. Quando você se liga à Fórmula 1, é algo muito forte. E eu não queria fazer esta ligação com esta sombra”, disse o mineiro de apenas 20 anos em entrevista ao Estado.

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A Petrobrás nega a influência do patrocínio sobre o contrato do piloto. “A decisão sobre a contratação de pilotos é realizada de forma autônoma pela própria McLaren”, disse ao Estado a assessoria da estatal brasileira. O time britânico afirma que o que motivou o acertou foi somente o potencial do mineiro.

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Segundo Sette Câmara, as negociações tiveram início no meio do ano. “Estávamos conversando desde o meio do ano mais ou menos. O papo veio esquentando nas últimas semanas até confirmar com a ajuda do trabalho em conjunto do meu pai e do meu empresário”, declarou.

Na Fórmula 1, ele deve ganhar oportunidades na pista em testes da pré e intertemporada. E também pode aparecer em treinos livres de etapas do campeonato. O calendário, contudo, ainda não foi definido.

“Ainda não sei o que posso falar sobre o contrato. Mas está dentro daquilo que eu pretendia fazer. Eu não queria ser um piloto pagante, um cara que traz uma fortuna só para dizer que virou piloto. Com certeza não estamos neste esquema. Estamos fazendo exatamente aquilo que eu queria, num time que realmente acredita no meu trabalho, que me apoia. Que me escolheu como piloto de testes numa aposta para eu realmente ajudá-los. E também porque querem desenvolver um piloto para o futuro”, afirmou o brasileiro.

Sette Câmara, contudo, não poderá ser reserva dos titulares porque ainda não obteve a chamada Superlicença, uma exigência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês) para os novatos na categoria.

Para alcançar a permissão, precisa ter no mínimo 40 pontos somados nas categorias de acesso. O brasileiro ainda não tem nenhum. Mas pode atingir este número de uma vez só se terminar a temporada da F-2 entre os três primeiros colocados. No momento, está em sexto, faltando apenas uma etapa para o fim do campeonato, em Abu Dabi, no final de novembro.

“Estou feliz porque estou onde eu queria para o ano que vem, dada às circunstâncias. Não estou entre os três primeiros da F-2 (por isso não tem a Superlicença, necessária para ser piloto titular). Então, estou no lugar perfeito”, disse.

O piloto vai conciliar as funções de piloto de testes com a disputa da F-2 pela terceira temporada seguida. Ele só definiu ainda por qual equipe vai competir em 2019. “Estou vendo propostas no momento. A F-2 é um mundo menor que a F-1, você decide as coisas mais perto do início do próximo campeonato. Devemos decidir isso até a corrida de Abu Dabi, no fim de novembro”.