"Fomos incompetentes na montagem deste time". A afirmação do presidente José Carlos de Miranda – logo após a derrota para o Coritiba – resume o desempenho do Paraná Clube neste início de temporada. O clube completa oito anos sem um título estadual e ficará de fora da próxima edição da Copa do Brasil, como já ocorreu nos últimos três anos. Tentando mesclar jogadores recém-promovidos dos juniores com atletas contratados após um período de testes, o Tricolor teve como único mérito não correr risco de rebaixamento.
Uma "morte anunciada" diante da condição técnica do grupo. Em pouco menos de 80 dias, passaram pelo clube 48 jogadores. Destes, 32 atuaram pelo estadual e outros 4 só ficaram no banco de reservas. Sem recursos para contratações – e distante de parceiros comerciais – o Paraná abriu suas portas para atletas em disponibilidade e que se sujeitaram a passar por período de testes. Não raramente, trouxe reforços desconhecidos e alguns "contratados por fita". Essa prática já está antecipadamente vetada pelo técnico Lori Sandri.
"É algo que não se pode admitir no futebol profissional e num clube com o potencial do Paraná", assegurou o treinador. "Quando houver indicações, nossos olheiros irão observar o jogador em ação e recomendar ou não sua contratação", explicou Lori. A preocupação do técnico é com o pouco tempo para a preparação do time, diante do volume de contratações necessárias para o Brasileirão. O Tricolor deve contratar pelo menos 12 jogadores – a maioria atuando no interior paulista – nas próximas semanas. Dispensas em igual número ocorrerão.
Resumindo: metade do grupo vai "rodar". Os dirigentes desconversam quando o assunto é a "lista negra". O vice de futebol José Domingos assegura que nomes só serão citados depois que atletas (e empresários) sejam oficialmente comunicados. "É uma questão ética. O clube e não a imprensa deve notificar o jogador de seu futuro", resumiu. Vários atletas, porém, sabem que não serão aproveitados no campeonato brasileiro. Uma dedução lógica, diante do que ocorreu nas últimas partidas.
Giuliano, Juliano, Wiliam, Altiere e Maranhão, por exemplo, sequer foram utilizados nos últimos coletivos. Mas os cortes não serão limitados ao quinteto. Diante da análise da comissão técnica, jogadores que foram titulares no paranaense também podem ser liberados. O fraco desempenho do ataque coloca em risco as posições de Giba, Wellington Paulista e Marlon.
A diretoria busca – com urgência – pelo menos oito jogadores que possam chegar e assumir condição de titulares imediatamente. "É quase impossível acertar todas, mas vamos ter que reduzir ao máximo a margem de erros", finalizou Lori Paulo Sandri. Hoje, o Tricolor só não necessita de goleiro (conta com Flávio e Darci) e lateral-esquerdo (Vicente e Edinho).