O Brasil teve no Rio-2016 a sua melhor participação na história dos Jogos Olímpicos, mas não atingiu a meta estipulada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). Com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze, o Time Brasil subiu ao pódio 19 vezes. O objetivo da entidade era que o País conquistasse 27 ou 28 medalhas e terminasse a Olimpíada entre os 10 mais bem colocados no número total de pódios.

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Com oito medalhas a menos do que o previsto, o Brasil não conseguiu ficar no Top 10 nem pelo critério do total de medalhas nem pelo ranking qualitativo (número de ouros) – ficou em 13.º lugar nos dois. Com mais três medalhas, por exemplo, o País empataria com o Canadá, que foi o 10.º colocado pelo total de medalhas.

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O crescimento em relação aos Jogos de Londres, em 2012, foi pequeno. Mesmo com o apoio da torcida e aumento nos investimentos, o Brasil conquistou somente duas medalhas a mais do que na Inglaterra, há quatro anos.

Para os Jogos do Rio, o Brasil teve a maior delegação de sua história, com 465 atletas. Foi feito um planejamento especial, justamente para uma edição olímpica em casa, e, por isso, a projeção do COB era que o Brasil pudesse ficar no Top 10.

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Mas foram muitas as decepções que fizeram o Brasil não alcançar a meta do COB. A equipe de natação, por exemplo, não subiu nenhuma vez no pódio, sendo que o objetivo era conquistar quatro medalhas. Até o vôlei, com três pódios (dois ouros e uma prata), ficou aquém do esperado. A expectativa era de seis pódios, somando as equipes de quadra e praia.

Nem mesmo as modalidades consideradas “surpresas” contribuíram para que o Brasil tivesse um desempenho melhor no Rio. O COB esperava que levantamento de peso e tiro com arco pudessem subir ao pódio, mas não foi isso que aconteceu. A única “surpresa” foi o bronze conquistado no último sábado por Maicon Andrade no tae kwon do.

DE OLHO NO FUTURO – Na vela, o Brasil conquistou apenas uma medalha, de ouro, mas chegou a sete medal races. Para o presidente da Confederação Brasileira de Vela, Marco Aurélio Ribeiro, a equipe mostrou que tem boas perspectivas de futuro para uma modalidade que sempre ganha medalhas para o País. “A vela entrou com uma equipe renovada na Olimpíada, tanto com a Martine e Kahena, como com o Jorge Zarif, que foi quarto lugar. Pela idade que eles têm, irão a mais duas Olimpíadas”, comentou.

O dirigente, inclusive, não descarta um retorno de Robert Scheidt para os Jogos de Tóquio, em 2020, apesar de o velejador já ter anunciado a sua aposentadoria olímpica. “Primeiro que ainda tenho esperança de ele não se aposentar. Temos duas jovens ganhando medalha de ouro, o Zarif muito decepcionado com o quarto lugar, o que é bom. O inconformismo pode ajudar a chegar a Tóquio bem”.

A renovação de atletas de ponta na vela sempre preocupou a confederação. Agora, o dirigente acredita que pelos próximos 12 anos o Brasil conta atletas que poderão brigar por medalhas. “Nas classes onde não tivemos uma performance muito boa vamos fazer um trabalho de renovação, com jovens”.

Outro carro-chefe de medalhas para o Brasil, o judô conquistou três medalhas, número inferior a Londres. A CBJ (Confederação Brasileira de Judô) se mostrou incomodada por não ter garantido mais pódios. “A equipe se preparou melhor que o resultado e o desempenho que tivemos. Por outro lado, teve uma diluição de medalhas. Nunca tiveram 26 países conquistando medalhas”, comentou Ney Wilson, gestor de alto rendimento da entidade.

Já na canoagem velocidade, com a ajuda de Isaquias Queiroz, o Brasil conquistou três pódios, todos com o garoto. O feito se deve principalmente ao trabalho do técnico espanhol Jesus Morlán, que ainda vai discutir com o COB a sua permanência no País como treinador.