Mesmo com a queda, torcida coxa demonstra amor, carinho e devoção

Num dos dias mais tristes da história do Coritiba, nem tudo foi decepção. De nada adiantou a vitória sobre o Internacional, pois o Coxa está na segunda divisão do futebol brasileiro. Porém, a torcida alviverde pode se orgulhar de ter feito sua parte. Mesmo quando tudo já estava perdido, a galera não abandonou o Alviverde. Aliás, foi justamente no momento que a esperança se acabou que a voz da arquibancada ecoou mais alta, numa declaração de amor incondicional ao Cori.

?Coxa, eu te amo!? O grito que tomou conta do Couto Pereira nos momentos finais da partida de ontem dá a clara noção do sentimento demonstrado durante toda a tarde por mais de 30 mil coxas-brancas. Desde o final da manhã, o movimento já era grande no Alto da Glória. Entre o barulho das buzinas e o tremular de centenas de bandeiras alviverdes, a galera chegava ao estádio tentando demonstrar confiança, apesar da situação crítica.

?Com certeza o Coxa vai escapar, com uma vitória sobre o Inter e a derrota do São Caetano?, dizia o torcedor Sérgio Hishida. E era justamente para uma vitória do Cruzeiro sobre o Azulão que a esperança alviverde se voltava, mas com uma boa dose de receio. ?A nossa parte, com certeza vamos fazer. O problema são os outros…?, previa o coxa-branca Marco Pimentel.

E Marco tinha razão. Logo no início do jogo, o Coxa mostrou que faria seu papel. O gol de pênalti de Alcimar, no início, fez o Couto Pereira viver seu único momento de alegria e, por um instante, pareceu que tudo poderia dar certo para o Cori.

Mas a impressão virou decepção. As más notícias começaram a aparecer como uma avalanche. Em Campinas, gol da Ponte. No Mineirão, o Azulão fez o seu. E no Couto, o árbitro interrompia a explosão de alegria, ao anotar o impedimento no gol de Caio. E para deixar tudo ainda mais dramático, Alexsandro, filho de Lela, um dos heróis do título de 1985, desperdiçou pênalti para o Cruzeiro.

Com o ouvido colado no rádio, a torcida alviverde escutava estupefata, mas não deixava de transmitir apoio ao time,  aplaudido ao fim do 1.º tempo.

No início da etapa final, a angústia ficou ainda mais explícita. A galera inventou um gol do Cruzeiro, muito comemorado nas arquibancadas, numa tentativa de motivar os jogadores.

Mas a ajuda do Cruzeiro foi mesmo ficção e com mais dois gols o São Caetano garantiu sua vaga na elite. E como do já rebaixado Brasiliense ninguém esperava nada, a ?ficha caiu? para a torcida. Neste momento, alguns protestos contra a diretoria causaram confusão nas sociais. Mas os gritos de ?fora Gionédis? foram logo abafados pela declaração de amor que veio das arquibancadas.

?Eu sou coxa-branca, com muito orgulho, com muito amor.? Neste momento, os mais sensíveis não conseguiram segurar o choro de tristeza e emoção. E foi com lágrimas e aplausos que a galera se despediu do time ao final do jogo.

Em 2006, as coisas serão bem mais difíceis. A galera pode desanimar, mas garante que não vai desistir jamais. ?Não importa a divisão. Sou Coxa de coração?, era visto numa faixa esquecida no Couto.

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