Em entrevista ao Estado, o técnico Fábio Carille, do Corinthians, afirmou nesta segunda-feira que o seu time precisa melhorar quando enfrenta equipes que jogam mais fechadas, mas que não está preocupado com o rendimento em campo. O treinador afirmou que acredita que Grêmio, Santos e Palmeiras ainda podem brigar pelo título do Campeonato Brasileiro e comentou sobre a luta do São Paulo contra o rebaixamento e sobre a continuidade de seu trabalho.

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“Claro que queremos a vitória, mas o desempenho é importante. Sei que já jogamos melhor contra os chamados times menores e que precisamos melhorar. No começo, nos demos melhor contra equipes que propuseram o jogo, mas agora vamos nos adaptar. Não jogamos mal contra Vitória e Atlético Goianiense, perdemos muitas chances de gol. Acontece, faz parte. Vencemos a Chapecoense fora de casa, mas eu não gostei tanto assim da equipe”, disse. “Eu vejo o rendimento, não o resultado. Já saí de campo feliz pela vitória, mas triste pelo desempenho. Precisamos ser mais constantes e vamos treinar”.

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O técnico acredita que o quarto colocado do Brasileirão, o Palmeiras, ainda está na briga pelo título. “Acho que até o Palmeiras. São 14 pontos (50 a 36), cinco rodadas e eles podem ter uma arrancada como nós tivemos no primeiro turno. Sabemos que é difícil, mas não é impossível. Daqui três rodadas, poderei dar um outro diagnóstico, mas agora acredito que Grêmio, Santos e Palmeiras podem nos alcançar”.

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Ainda sobre o Brasileirão, o treinador comentou sobre a possibilidade de rebaixamento do São Paulo. “O São Paulo tem bom elenco, bom treinador. No início as coisas não se acertaram. Se for por qualidade e por técnica, não acredito (no rebaixamento). Mas aí entra a questão de confiança, tudo fica mais difícil. No ano passado, o Inter caiu com um time que não era ruim. Não tinha time para ser campeão? Tudo bem, mas não era para cair. Mas foi rebaixado. No futebol, tudo pode acontecer”.

Fábio Carille ainda não vai priorizar o Brasileirão ou a Copa Sul-Americana – está nas oitavas de final contra o Racing, da Argentina. “Não adiante pensar no Racing, se antes precisamos nos concentrar no jogo contra o Santos, que é muito importante. A cobrança em cima dos jogadores em relação à isso será feita do meu jeito, com tom de voz igual com todo mundo, pedindo concentração, etc”.

O treinador disse que o Corinthians poderá pagar o “preço do sucesso” com a perda de jogadores, mas está atento ao mercado. “Em 2016 foi difícil. Perdemos cinco jogadores em janeiro. Depois mais três… fica complicado para refazer o conjunto”.

CONTINUIDADE DO TRABALHO – Fábio Carille trabalha no Corinthians desde janeiro de 2009. Ele concordou com o goleiro Cássio, que na semana passada em entrevista ao Estado afirmou que o atual elenco era o mais unido com quem ele já havia trabalhado. “Concordo com ele. Os caras realmente são unidos. Já chamou a atenção na Flórida, durante a pré-temporada. O ambiente é muito descontraído”.

O treinador disse ainda que não teve nenhuma conversa com a diretoria para a renovação de contrato, mas que a tendência é que as coisas “caminhem de forma natural” para que ele siga na equipe. “Até agora, não houve nenhuma conversa. Mas isso vai ocorrer em breve”.

Fábio Carille se espelha em Tite, atualmente na seleção brasileira, e com quem trabalhou durante muitos anos no próprio Corinthians. “Trabalhei com técnicos que para explicar o que queriam, contavam uma história de 15 minutos. É melhor ser direto”, disse. Sobre continuidade, ele disse que no Brasil muitas vezes os treinadores têm pouco tempo para trabalhar. “Vejam quanto tempo o Barcelona do Guardiola jogou junto. Aqui no Brasil, os treinadores precisam remontar os times de seis em seis meses. Eles precisam de tempo para fazer a engrenagem funcionar. É difícil”.