A chanceler alemã, Angela Merkel, expressou nesta segunda-feira seu respeito pela decisão de Mesut Özil de não mais atuar pela seleção do país. Ela, no entanto, evitou comentar as acusações de racismo feitas pelo jogador contra a Federação de Futebol da Alemanha (DFB, na sigla em alemão).

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“A chanceler federal respeita a decisão de Mesut Özil, e têm grande consideração a ele como jogador de futebol”, informou a vice porta-voz do governo, Ulrike Demmer, em declaração à imprensa. A fonte do governo falou sobre a importância do esporte como meio de integração da sociedade alemã e insistiu que o país é aberto e acolhe a população de origem imigrante.

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Özil anunciou no domingo pelas redes sociais que não defenderá mais a seleção da Alemanha. O meia de 29 anos disse que foi alvo de discriminação por parte da DFB após seu encontro com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em maio.

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O jogador do Arsenal fez parte do elenco alemão que foi precocemente eliminado na Copa do Mundo da Rússia. Ele foi um dos principais alvos das críticas, tanto por conta de suas atuações, como também por seu encontro com Erdogan, acusado de violações dos direitos humanos. Na ocasião, Özil publicou uma foto com o político turco, o que foi interpretado com conotação política pela entidade que rege o futebol alemão.

A ministra da Justiça alemã, Katarina Barley, demonstrou preocupação com os motivos pela sua precoce aposentadoria. “É um sinal alarmante que um grande jogador como Özil não se sinta querido em seu país e nem representado pela DFB”, escreveu em sua conta no Twitter.

DFB NEGA RACISMO – A DFB emitiu nesta segunda-feira comunicado para comentar a decisão de Özil. Nela, diz que respeita a opção de o jogador não defender mais a seleção alemã, mas nega que tenha apoiado qualquer ato discriminatório.

“Rejeitamos o fato de a DFB estar associada ao racismo. Por muitos anos, a DFB esteve fortemente envolvida no trabalho de integração da Alemanha. A entidade participou de campanhas em apoio aos imigrantes e integrou dezenas de milhares de refugiados na família do futebol. A DFB lamenta a saída de Mesut Özil da seleção. No entanto, isso não altera a determinação da associação para continuar o trabalho de integração bem-sucedido de forma consistente e com profunda convicção”, informou.

Na carta em que justifica sua aposentadoria da seleção, Özil ataca também especificamente o presidente da DFB, Reinhard Grindel. “Aos olhos de Grindel e de seus apoiadores sou alemão se vencermos, mas quando perdemos sou um imigrante”, escreveu.