Mercedes-Benz da FPF será leiloada hoje à tarde

Mais uma vez, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) corre o risco de perder bens por causa de dívidas com a União Federal. Caso a FPF não quite seus débitos referentes a dois processos até às 16h de hoje, um veículo Mercedes-Benz e três cadeiras no Pinheirão, de propriedade da entidade, serão leiloados.

O leilão será realizado pela empresa P. B. Castro Leilões, na Rua Jacarezinho, 1257, 1.º andar, no bairro Mercês, em Curitiba. Mesmo que os bens sejam arrematados, a federação ainda terá até segunda-feira para quitar as dívidas.

O veículo Mercedes-Benz, modelo 500/SE, placa AMB-0130, ano 1993, de cor preta, está sendo leiloado em decorrência das dívidas referentes ao processo 016 ATE 000185/2005. O carro está avaliado em R$ 45 mil.

Já as cadeiras são as de números 9 setor 2 – fila ?F?, 9 setor 2 – fila ?G?, e 23 setor 8 fila ?C?, no Estádio Pinheirão. O processo que envolve as cadeiras é o 016 ATE 000190/2005. Cada uma está avaliada em R$ 1 mil.

No leilão, são aceitos lances com valores inferiores aos preços avaliados. Uma eventual diferença segue como débito na conta da federação.

Pra Moura, julgamento foi normal

?A investigação da FPF não terminou com o julgamento.? O autor da frase é o presidente da entidade, Onaireves Moura, que nomeou José Roberto Dutra Hagebock como ouvidor ?para apurar novas denúncias? de corrupção. O auditor foi um dos quatro que, sob alegação de falta de provas, optaram pela polêmica absolvição de nove entre os 13 acusados de compor a ?máfia do apito?.

?Muita gente estranhou a nomeação de Hagebock?, concorda Moura. ?Mas o processo anterior não trouxe grandes evidências de corrupção. Deixamos um canal aberto para que denúncias consistentes sejam investigadas?, promete.

Embora se diga empenhado em descobrir a corrupção no futebol – em entrevistas anteriores, jurou querer saber quem é o Bruxo -, Moura mostrou-se conformado com o resultado do julgamento. ?Se após 40 dias de investigação e 17h de sessão não foram encontradas provas substanciais contra os envolvidos, como eu poderia condenar alguém??, indagou.

Moura disse ainda que manterá fora da FPF todos os denunciados, até que o recurso seja julgado no STJD. Também confirmou que a entidade vai recorrer da decisão da Justiça de Engenheiro Beltrão, que reconduziu o clube de mesmo nome e o Império do Futebol à Série Ouro de 2005. Na terça-feira, a 2.ª Comissão Disciplinar negou por 4 votos a zero o mesmo pedido do clube do interior feito na esfera desportiva. O caso foi levado à Procuradoria do TJD, que, segundo Moura, pode denunciar o Engenheiro Beltrão por se utilizar de um terceiro (um torcedor) para ingressar na Justiça Comum.

TJD vai rever ?empates?

As absolvições de cinco denunciados do ?caso bruxo? serão novamente apreciadas pelo TJD-PR. O procurador Davis Bruel protocolou ontem o ?embargo de declaração com efeito modificativo? – figura jurídica que pretende condenar os denunciados cujos julgamentos terminaram empatados. A presidência do Tribunal aceitou o pedido e levará o caso ao plenário para nova votação.

Para Bruel, houve erro de interpretação do artigo 131 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata do empate em número de votos. Para ele, o 4 x 4 no julgamento encerrado terça-feira deveria condenar os árbitros Carlos Jack Rodrigues Magno, Sandro César da Rocha, Antônio Salazar Moreno e Marcos Tadeu Mafra e o diretor administrativo da FPF, Johelson Pissaia, já que esta foi a opção do presidente do TJD, Bôrtolo Escorsin. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, tem aplicado este princípio em suas sessões.

Bôrtolo já intimou os advogados de defesa para se manifestarem num prazo de 24 horas. Assim que receber a resposta, o chefe do tribunal marca a data do novo julgamento. Escorsin lembra que apenas a interpretação do artigo 131 naqueles cinco casos será levada ao plenário -por isso, não haverá novos depoimentos de testemunhas, acusados ou apresentação de provas. Os auditores serão os mesmos que absolveram nove dos treze acusados de corrupção no futebol paranaense.

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