São Paulo – Além de aparecer hoje, como novo número 1 do Brasil – em razão de nova queda de Gustavo Kuerten – o campineiro Ricardo Mello ganhou um verdadeiro ?regalo?, presente do argentino Gaston Gaudio.
Depois de ter conquistado o título do ATP Tour de Buenos Aires, ao bater o compatriota Mariano Puerta, na final, por 6/4 e 6/4, o atual campeão de Roland Garros anunciou sua desistência do Brasil Open, alegando problemas com pubalgia. Com isso, Mello que sequer estava na lista dos oito primeiro pré – classificados da competição, mas era o 9.º melhor do ranking entre os inscritos, ganhou a condição de cabeça-de-chave número 1.
O melhor é que agora não vai mais enfrentar o perigoso e talentoso tenista argentino Juan Mônaco e fará sua estréia diante do espanhol Albert Montañes, que apesar de estar entre os cem primeiros da ATP (97), não é um adversário tão ameaçador.
Na condição de novo cabeça-de-chave número 1 do Brasil Open, Mello amplia suas chances de fazer boa campanha, e quem sabe, conquistar o seu segundo título de um ATP Tour -ganhou Delray Beach no ano passado – e festejar uma conquista importante diante de sua torcida. "Sei que agora como novo número 1 do Brasil, aumentam as expectativas sobre mim", confessou Mello. "Mas, por outro lado, estou bastante confiante e sei que posso fazer uma boa campanha no Sauípe".
A estréia de Mello será apenas na terça-feira, provavelmente na sessão noturna.
A colocação de Mello – o 9.º melhor classificado no ranking entre os inscritos – como novo cabeça-de-chave número 1 é um regulamento recente da ATP. Até há pouco tempo, quando um dos cabeças deixavam a competição por motivo de contusão, ou qualquer outro, eram simplesmente substituídos por um lucky looser, que é um jogador que caiu na última rodada do qualifying. Mas, a ATP entendeu que o mais justo seria subir o mais bem ranqueado entre os não cabeças-de-chave. Evita assim, por exemplo, que um tenista acima dos 150 do mundo seja o principal cabeça de um evento como o Brasil Open.
Com essa alteração, Juan Mônaco – que enfrentaria Mello na estréia – terá agora pela frente um lucky looser. E na rodada de abertura do Brasil Open, nesta segunda-feira, nenhum brasileiro vai fazer sua estréia na chave de simples. Apenas Ricardo Mello, ao lado de seu irmão Henrique, joga nas duplas diante dos poloneses Mariusz Fyrstenberg e Marcin Matkowski. O dia terá Juan Ignacio Chela contra Lars Burgsmuller, seguido de Albert Costa com Oscar Hernandez, Potitto Storace com Agustin Calleri, Davi Sanc hez com Paul Henri Mathieu e Santiago Ventura com Nicolas Almagro.
A rodada de hoje ainda terá os jogos decisivos do qualiying. Ontem, nos principais resultados, Franco Ferreiro perdeu para Peter Luczak por 67, 6/2 e 6/4, Juan Antonio Marin derrotou Galo Blanco por 3/6, 6/3 e 7/5 e Edgardo Massa superou Nicolas Devilder por 6/3 e 6/3.
Jorge Lacerda Rosa volta ao comando hoje
Após ficar menos de dois dias afastado da presidência da CBT, Jorge Lacerda Rosa e sua diretoria reassumem o comando da entidade hoje, às 10h, de acordo com determinação do ministro do Supremo Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, que na sexta-feira, no começo da noite, cassou a liminar concedida pela juíza Andréa Duarte, da 47.ª Vara Cível do Rio de Janeiro.
Lacerda vai solicitar a presença do administrador provisório determinado pela 17.ª Vara Federal, em dezembro, Sérgio Opréa (única autoridade com legitimidade para estar hoje na função, uma vez que a liminar da Federação do Piauí foi cassada),
para entrar com ele na sede da CBT e devolver o comando da entidade ao presidente eleito em dezembro.
"Vou encaminhar esse pedido ao administrador Sérgio Opréa porque quero receber a CBT de alguém que tenha autoridade constituída. Se a liminar do Piauí foi cassada, o Eduardo Nakamiti, desde sexta-feira à noite, não é mais interventor da CBT. Também quero ter uma testemunha que possa verificar se está tudo ok, se nada foi tirado de dentro da CBT nestes dois dias em que ficaram por lá. Temos saldo bancário assinado pelo Nakamiti antes de nossa saída, comprovando que tínhamos R$ 20 mil em caixa, mas pelo que já apuramos, algumas pessoas que ainda trabalham lá e faziam parte do grupo do Nelson, continuam cooperando com eles e podem ter facilitado as coisas. Vamos tentar apurar tudo o que foi feito nesse tempo de intervenção", explicou Lacerda.
O presidente da Confederação também teme por este período (sábado e domingo), que eles ficaram com as chaves da CBT na mão.
"Eles trocaram as fechaduras para que ninguém pudesse
entrar, como se nós não fôssemos respeitar a decisão da Justiça. Eles pensam dentro da ótica deles, dentro daquilo que eles fariam", continua Jorge.
"Mas vamos entrar pela porta da frente, a mesma por onde saímos na quinta-feira, acatando a decisão da Justiça. Só espero que tudo esteja como deixamos", completou.