Luís Fabiano é a grande arma do Tricolor. |
São Paulo – Os torcedores, que lotarão o Morumbi hoje, esperam uma boa vitória do São Paulo sobre o Once Caldas por dois ou três gols de vantagem. No clube, o desejo é o mesmo. Mas, segundo Cuca, é preciso manter os pés no chão. O treinador acredita que o excesso de favoritismo atribuído pela imprensa e pelos torcedores ao time brasileiro não reflete a realidade e até prejudica seu trabalho. É por isso que disse, ontem, que um triunfo por 1 a 0 já será bastante festejado.
A partida terá início às 21h45 e começará a definir um dos finalistas da Taça Libertadores da América. O outro sairá do confronto entre Boca Juniors e River Plate, amanhã. São Paulo e Once Caldas voltam a jogar na próxima quarta-feira, em Manizales. “Se vencermos por meio a zero, já estará ótimo”, comentou Souza, que ganhou uma vaga no meio-campo – Gabriel vai para a reserva. Cuca tratou de pôr na cabeça de cada atleta que o jogo será difícil e pediu a eles que não dessem atenção aos comentários em televisão e rádio. “O jogo não vai ser fácil, o Once Caldas tem seis jogadores na seleção colombiana, que, no domingo, goleou o Uruguai”, disse o técnico são-paulino.
Não há, no entanto, como negar que o time paulista é favorito. Os próprios dirigentes fazem esse tipo de afirmação nos bastidores. Além de ter bem mais tradição e títulos que os colombianos, o São Paulo é bem superior tecnicamente. Mesmo que não alcance uma goleada no Morumbi, a equipe brasileira irá para Manizales com boas chances. O Once Caldas já mostrou ter dificuldades em sua casa. Nas oitavas-de-final, não passou de empate com o Barcelona de Guayaquil e, nas quartas-de-final, não jogou bem, mesmo vencendo o Santos por 1 a 0.
Ficha Técnica
São Paulo: Rogério Ceni; Cicinho, Fabão, Rodrigo e Gustavo Nery; Alexandre, Fábio Simplício, Souza e Danilo; Grafite e Luís Fabiano. Técnico: Cuca.Once Caldas: Henao; Rojas, Vanegas, Cataño e García; Viáfara Velásquez, Arango e Soto; Valentierra e Alcázar. Técnico: Luis Fernando Montoya. Árbitro: Carlos Amarilla (Paraguai). Horário: 21h45. Local: Morumbi.
Apoio da galera para manter invencibilidade
São Paulo – O São Paulo vai superar, hoje, a expressiva marca de 335 mil pagantes em seus jogos da Libertadores de 2004 realizados no Morumbi. Somado o público das primeiras cinco partidas, a equipe levou ao estádio 265.932 torcedores. Contra o Once Caldas, haverá quase 70 mil pessoas. Já foram vendidos 68 mil dos 69.975 ingressos colocados à venda e só restam bilhetes para proprietários de cadeira cativa. Os são-paulinos estão otimistas em ver a equipe conquistar a 19.ª vitória consecutiva em casa pelo torneio continental. Desde a primeira fase da edição de 1992, o São Paulo não tem tropeço em seu campo.
“A presença dos torcedores é muito importante. Quando a torcida começa a gritar, a cantar o hino, contagia os jogadores”, comentou o meia Souza. A média até o confronto de quartas-de-final, contra o Deportivo Táchira, ultrapassava os 53 mil por jogo. Mesmo na primeira fase, em que os duelos têm menos importância, os são-paulinos prestigiaram seu time.
A presença do público, por sinal, sempre foi fundamental para o São Paulo na história da competição continental. Na final da Libertadores em 1992, por exemplo, a equipe paulista foi derrotada pelo Newell?s Old Boys por 1 a 0, na Argentina, mas deu o troco em casa – depois de fazer 1 a 0 nos 90 minutos, ganhou na decisão por pênaltis. No ano seguinte, o título foi assegurado novamente graças ao bom desempenho no Morumbi, onde o São Paulo goleou o Universidad Católica por 5 a 1. Depois, no Chile, a derrota por 2 a 0 não impediu o time de ser bicampeão.
A excelente presença de público é bastante comemorada pelos dirigentes também pelo aspecto financeiro. Até agora, o clube faturou mais de 6,3 milhões com o torneio, entre bilheteria e premiação. A estimativa é de que a arrecadação chegue perto de R$ 1,2 milhão hoje à noite, elevando esse valor para R$ 7,5 milhões.
Once fica feliz com um empate
São Paulo – Um dia antes do primeiro jogo decisivo contra o São Paulo, pelas semifinais da Libertadores, o Once Caldas teve muitas dificuldades para encontrar um campo para treinar. Tudo estava certo para que as atividades fossem realizadas no CT do Palmeiras. Para evitar, porém, que espiões são-paulinos observassem o treinamento, a equipe colombiana foi treinar no distante Parque Ecológico do Tietê, no CT da Portuguesa. O suficiente para irritar, e muito, o técnico Luis Fernando Montoya, insatisfeito com o mau estado do gramado.
Nesta terça-feira, ele impediu que a imprensa acompanhasse os treinos. Cedeu entrevistas apenas antes de iniciar os trabalhos.
Arnulfo Valentierra é o jogador do Once Caldas que mais preocupa o São Paulo. Foram dele os gols que eliminaram o Santos nas quartas-de-final (empate por 1 a 1 na Vila e vitória por 1 a 0 em Manizales). É o artilheiro do time colombiano na Libertadores, 5 gols, e o segundo na história do Once Caldas, 135, apesar de jogar na meia.
O técnico Montoya afirma que um dos pontos fracos do São Paulo é não ter um meia com as características, por exemplo, de Diego, do Santos. Acredita, apesar disso, que terá tanto trabalho quanto no confronto contra os santistas. “Eles (São Paulo) não têm um homem como o Diego, do Santos, que arma muito bem as jogadas. Em compensação, têm dois atacantes muito fortes, que definem muito bem”, comenta Montoya.