São Paulo – O Ministério Público sinalizou, ontem, que vai acatar as conclusões do inquérito policial sobre a morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, e apresentar denúncia, acusando o médico do clube, Paulo Forte, e o presidente, Nairo Ferreira de Souza, por homicídio doloso. A manifestação foi feita pelo promotor Rogério Leal Zagallo, da 5.ª Vara do Júri da capital, que assumiu o caso e tem 15 dias para se pronunciar oficialmente. Zagallo afirmou que vai convocar o cardiologista Edimar Bocchi, do Incor, para prestar esclarecimentos.
O promotor disse ter estranhado bastante as declarações do médico terça, quando comentou que a morte de Serginho, ocorrida na noite de 27 de outubro, durante jogo entre São Paulo e São Caetano, "foi uma fatalidade", por meio de uma nota oficial divulgada à imprensa. Bocchi havia garantido, recentemente, em depoimento ao delegado Guaracy Moreira Filho, do 34.º DP de São Paulo, que o jogador apresentava problemas cardíacos e corria risco de morrer caso continuasse atuando.
"Vi a nota com algum descrédito. Li a investigação e os relatórios. Os depoimentos dizem que a situação do atleta desde os primeiros exames (em fevereiro) era de necessidade de afastamento. Ou ele (Bocchi) esqueceu o que falou ou é estranho e merece ser investigado. O jogador tinha problema grave que não era coração de atleta. Ele está se contradizendo, mas acho que falou a verdade na primeira vez (no depoimento à polícia)", explicou Zagallo à Rádio Jovem Pan.
