A instabilidade financeira do Paraná Clube é notória. O presidente Aquilino Romani passou os últimos dias na rota aérea Curitiba-São Paulo-Rio de Janeiro atrás de recursos junto a Clube dos 13 e CBF.
Tudo para tentar quitar débitos e fazer com que o Tricolor entre no Brasileiro da Série B, a partir da próxima semana, sem nenhuma “pendenga” com o departamento de futebol. Uma ciranda que faz eco na frequência do torcedor nos jogos da equipe. Média que cai ano a ano, reflexo claro de campanhas pífias.
E a “longevidade” no segundo escalão do futebol brasileiro cobra o seu preço. Em 2006, por exemplo, o Tricolor teve média superior a dez mil torcedores na disputa da Série A.
Naquele ano, garantiu a 5.ª colocação e uma inédita classificação para a Libertadores.
Porém, há algumas considerações em relação à média obtida entre Pinheirão e Durival Britto, estádios nos quais o clube disputou seus jogos.
No estádio da Federação Paranaense de Futebol, por exemplo, superou a marca dos 20 mil pagantes por duas vezes, mas com a “ajuda” da Nestlé, que comprava os direitos dos jogos e distribuía ingressos para os torcedores.
No próprio Estadual de 2006, quando o Paraná conquistou seu último título Paranaense, a média foi fraca: 5.582.
E este número só foi atingido porque o torcedor compareceu em bom número à semifinal e final da competição (na decisão, contra a Adap, 23.118 torcedores pagaram ingresso).
O melhor desempenho do Tricolor em borderôs, não ao acaso, ocorreu na Libertadores.
Em 2007, jogando na Vila Capanema, o clube atingiu 11.259 pagantes/jogo. Depois disso, o torcedor paranista definitivamente rompeu com o time. Até houve uma boa resposta na luta contra o rebaixamento, mas assim que o Tricolor foi para a Segundona, a galera praticamente sumiu.
Restaram os pouco mais de 3 mil “abnegados”, que sempre estiveram com o Paraná, na boa ou não. No ano passado, a média de público na Segundona ficou em irrisórios 3.493 pagantes/jogo.
E o início de temporada não foi nada empolgante. Mesmo com alguns lampejos no primeiro quadrimestre, o Tricolor não “decolou” e sua média entre Paranaense e Copa do Brasil sequer atinge a marca de 2 mil torcedores presentes à Vila Capanema.
O clube tenta sair dessa “sinuca de bico” através do lançamento de novos pacotes para associados (onde mulheres e menores pagam meia). Porém, até mesmo os dirigentes sabem que para reconquistar a confiança de sua galera, precisa de um time competitivo, de ídolos. Para isso, carece de dinheiro. E aí, o resultado é a ciranda enfadonha de se descobrir o que vem antes, o ovo ou a galinha.