Ao que tudo indica, 2012 será um ano de provações para o torcedor paranista. Sofrimento tem sido uma palavra de destaque no dicionário do Paraná Clube. Há quatro anos, o Tricolor saiu de cena no Campeonato Brasileiro e passou a ser mero coadjuvante na Série B. Para piorar, nesta temporada o clube conseguiu a “proeza” de cair para a Segundona Paranaense. Neste momento de incerteza quanto ao futuro, o comportamento de sua torcida será testado. E muito.
Para começar, o simples fato de o Paraná não ter calendário para os dois primeiros meses do ano já provoca um duro impacto na rotina dos torcedores e tende a fazer a média de público despencar ainda mais. Para se ter uma noção desse impacto, em 2010, o Tricolor levou somente 1.888 torcedores por partida no Campeonato Paranaense. Na Segundona estadual, contra Cincão, Júnior Team, Serrano, Agex e Cia., a diretoria estima que se conseguir 1.000 de média será para comemorar.
Os números recentes indicam uma clara preferência dos paranistas pelas disputas nacionais, apesar da queda acentuada nas bilheterias. Em 2006, ano em que o Paraná voltou à Vila Capanema e fez a melhor campanha de sua história em um Nacional – o 5º lugar valeu a inédita classificação para a Libertadores da América -, o clube atingiu a expressiva marca de 10.557 pagantes por jogo. Número superior, por exemplo, ao do Atlético naquele ano. Já em 2008, no primeiro ano de Segundona, a média caiu para preocupantes 4.400 torcedores por partida. Desde então, nos Brasileiros, a média tem ficado na casa dos 3.500 pagantes.
Na prática, esse êxodo da torcida explica, em parte, porque o Paraná tem convivido com salários atrasados e dificuldades para manter a casa em ordem. Nem as campanhas de sócio-torcedor causam efeito. Recenetemente, o clube chegou a 7 mil adesões, mas é só o time não corresponder e os resultados não acontecerem que a inadimplência chega a quase 50%.
No ano que vem, será possível medir a reação dos paranistas diante do pior momento de sua história. A aposta da diretoria é na velha máxima de que o sofrimento une. Talvez, seja esta a mais palpável alternativa para uma reação do clube. Com sua torcida mobilizada, o Paraná terá que se reinventar para tentar uma dupla missão: voltar às elites estadual e nacional.