Dono de duas medalhas em Olimpíada e de outras duas em Mundial de Judô, Leandro Guilheiro era o líder do ranking mundial da categoria até 81kg até o ano passado. Mas não está entre os cerca de 160 atletas que serão contemplados com a Bolsa Pódio, que destina recursos aos esportistas vistos pelo Ministério do Esporte como potencial medalhista nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016.

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Nesta quinta-feira, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), o Ministério do Esporte e a Petrobras convocaram entrevista coletiva, durante a disputa do Mundial de Judô no Rio, para anunciar os 27 judocas que serão contemplados pela Bolsa Pódio, que tem recursos do orçamento da União e dos patrocinadores estatais das confederações – nesse caso, a Petrobras. E a grande ausência na lista foi Leandro Guilheiro, que, aos 30 anos, está se recuperando de grave contusão.

Questionado sobre os critérios para a definição dos escolhidos, o presidente da CBJ, Paulo Wanderley, passou a palavra para Ney Wilson, coordenador técnico da entidade. “Quando começamos o processo, tínhamos 29 nomes entre os 20 primeiros do ranking, que é o critério. Mas o ranking é dinâmico. Ganha-se e perde-se pontos. Com essa dinâmica, na data que definimos tínhamos 27 atletas e o Guilheiro não estava entre os 20 primeiros”, explicou o dirigente.

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Medalhista de bronze em Atenas/2004 e Pequim/2008, Leandro Guilheiro tirou um tempo para descansar após o sétimo lugar na Olimpíada, no ano passado, e voltaria a lutar no começo desta temporada, mas rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito num treino em março. Assim, ele não pôde disputar o Mundial que acontece nesta semana no Rio, quando tentaria um inédito ouro – ganhou prata em Tóquio/2010 e bronze em Paris/2011. “Após os Jogos de Londres, ele deu um recesso natural. Em seguida, teve a cirurgia e isso impediu que lutasse agora no começo da temporada e que participasse do Mundial”, justificou Ney Wilson.

O secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, destacou que a Bolsa Pódio, assim como o ranking, é dinâmico. Atletas podem entrar, sair e também variar dentro das faixas de valor pago. Isso vale para Leandro Guilheiro, que pode entrar na relação, mas também para o caso de um campeão olímpico cair de rendimento.

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“A Bolsa Pódio premia o resultado. É complementar à Bolsa Atleta, em que o atleta de nível olímpico recebe mais de R$ 3 mil por mês por quatro anos. Ele só não pode deixar de competir”, explicou Ricardo Leyser.

Eduardo Santos, que luta o Mundial do Rio no lugar do contundido Tiago Camilo, é um dos que fazem parte da seleção brasileira e não estão na Bolsa Pódio. Mas Ricardo Leyser avisa: se o judoca chegar à disputa por medalhas da categoria até 90kg, nesta sexta-feira, no Maracanãzinho, vai entrar na lista que será atualizada em dezembro.