McLaren, esperança da Ferrari

A Ferrari ainda não jogou a toalha no Mundial 2005. E tem como justificativa uma estranha tese: a ascensão da McLaren, que venceu fácil em Barcelona e ontem voou com Kimi Raikkonen na primeira classificação em Mônaco. Tentando explicar. A Renault lidera o mundial e está 40 pontos na frente do time de Maranello. Mas a McLaren está ?apenas? 19 à frente. ?Como são eles que têm o melhor carro agora, não dá para desistir da luta, ainda dá para alcançar se conseguirmos melhorar?, disse Rubens Barrichello, acreditando que a Renault deve brecar sua disparada na pontuação graças aos carros prateados.

Mônaco – E enquanto as duas da ponta brigam, espera o brasileiro, a Ferrari tenta sair do buraco em que se enfiou neste ano. A tese faz algum sentido. Mas quando confrontada com o cronômetro, se desfaz. Rubens ficou em décimo ontem. A 2s498 da Raikkonen, que registrou, com 1min13s644, a volta mais rápida da história do circuito monegasco. Michael Schumacher, em 11.º, terminou o treino 2s542 atrás.

É uma distância intransponível a curto prazo. ?Estamos tentando melhorar pouco a pouco. Já ganhei com a Ferrari, já perdi com a Ferrari, e tenho certeza que vamos voltar a vencer?, disse Rubens, tentando expressar o que lhe resta de otimismo. ?Temos de manter o sorriso. Não tem muita gente sorrindo na equipe agora, por isso um sorriso pode ajudar?, filosofou.

O grid da sexta etapa do mundial seria definido a partir das 5h (de Brasília) de hoje. Kimi, que foi 0s481 mais rápido que Fernando Alonso, o segundo colocado ontem, dificilmente perderia a pole. Ele largou em primeiro nas duas últimas provas, em Imola e Barcelona. ?Minha volta podia até ser um pouco melhor, porque a pista estava um pouco suja onde Ralf bateu?, disse. Referia-se ao acidente de Ralf Schumacher, da Toyota, um dos últimos a fazer volta lançada. A batida deixou algum óleo na pista, também.

A crise na Ferrari está deixando a imprensa italiana em polvorosa. ?É muita pressão?, testemunha Barrichello. ?Mas não estamos no caos. O problema é que as soluções demoram um pouco. A gente tem testado 20 coisas diferentes para usar duas ou três. É assim mesmo. O problema é que nós estamos meio segundo por volta mais lentos que no ano passado. E as outras estão um segundo mais rápidas.?

Os pneus Bridgestone voltaram a ser responsabilizados pela equipe. ?Para uma volta lançada, somos fracos?, admitiu Schumacher, que venceu cinco vezes em Monte Carlo, mas não tem a menor esperança de repetir o feito hoje. ?Em ritmo de corrida somos melhores, mas não temos muito a fazer, senão trabalhar para resolver os problemas.?

O GP de Mônaco começa às 9h e terá 78 voltas.

Punido, Montoya em último

Mônaco – O comportamento estilo pit-boy de Juan Pablo Montoya lhe valeu a última posição no grid. O colombiano da McLaren, que faz uma temporada desastrosa, foi punido por ter causado de maneira irresponsável um acidente envolvendo três carros no último treino livre de ontem. Seus tempos de classificação serão cancelados.

Montoya vinha numa volta rápida quando Ralf Schumacher, ex-desafeto, e David Coulthard saíam dos boxes. Atrapalhou-se na freada da Sainte Dévote, ficou bravinho (?Arruinaram minha volta?, alegou) e enfiou o pé no breque num ponto onde todos aceleram. Para não bater nele, Ralf freou também. O mesmo fez David, tentando desviar dos dois. Mas Villeneuve, que vinha lá atrás numa volta rápida, não teve tempo e encheu a traseira do Red Bull do escocês, que por sua vez bateu no Toyota do alemão.

Feito o estrago, Juan Pablo, que não foi acertado por ninguém, voltou para os boxes. ?Ele é um idiota?, reclamou Coulthard. ?Estragou todo o acerto que fizemos no meu carro.? Chamados à torre, todos foram ouvidos pela direção de prova. O vídeo foi analisado. Aí pediram a telemetria da McLaren.

A partir dos dados, Montoya ficou sem defesa. Ele freou 180 metros antes do ponto onde normalmente breca, na subida para o Cassino. Quando houve a batida, estava a 86,4 km/h. No mesmo ponto, em sua melhor volta, passou a 278,3 km/h. Uma vergonha. Larga em último, sem direito a recurso. No cronômetro, Montoya também levou uma surra. Ficou em quinto na classificação, a 1s214 de seu companheiro Kimi Raikkonen, o mais rápido do dia.

Dinheiro russo pela Jordan

Mônaco – Não pára de jorrar dinheiro da Rússia. E tem quem aproveite. O ?agente? da vez é o ex-piloto Eddie Irvine, que parou de correr em 2002. O irlandês fez amizade com um milionário russo chamado Roustam Tariko, de 43 anos, que está perto de comprar a Jordan de outro russo, Alex Shnaider, que por sua vez comprou o time no final do ano passado em nome de seu grupo de investimentos, a Midland.

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