Uma das melhores judocas do Brasil e número 1 do ranking na categoria meio-pesado (78kg), Mayra Aguiar era a maior favorita a conquistar nesta sexta-feira o inédito tri no Mundial, que está sendo realizado no ginásio Nippon Budokan, em Tóquio, no Japão. Mas a gaúcha de 28 anos falhou em sua missão ao ser derrotada na semifinal para a francesa Madeleine Malonga. A recuperação veio na sequência, com a medalha de bronze no peito após bater a portuguesa Patricia Sampaio.

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Essa é a sexta medalha em Mundiais de Mayra Aguiar na carreira. A brasileira foi campeã pela primeira vez em Chelyabinsk, na Rússia, em 2014, e depois levou o bi em Budapeste, na Hungria, em 2017. Além dos dois ouros, ela tem agora uma prata e três bronzes.

Apesar de não conquistar o ouro no Mundial, Mayra Aguiar vive um grande momento na carreira. Sua temporada em 2019 começou com a prata do Europeu de Oberwart, na Áustria. Depois, foi ouro no Grand Slam de Dusseldorf (Alemanha), vice no Grand Slam de Ecaterimburgo (Rússia), campeã no Pan-Americano de Judô no Peru e ganhou o Grand Prix de Budapeste, na Hungria. Por fim, foi ao topo do pódio pela primeira vez nos Jogos Pan-Americanos de Lima.

Nesta sexta-feira, Mayra Aguiar não entrou para brincadeira no tatame e, muito focada, resolveu suas duas primeiras lutas em poucos segundos, superando por ippon a portuguesa Yahima Ramirez e a judoca do Gabão, Sarah Mazouz, para avançar às quartas de final. A kosovar Loriana Kuka foi quem conseguiu resistir mais tempo diante da número 1 do mundo e chegou a forçar duas punições à Mayra. A brasileira, contudo, não diminuiu o ritmo e partiu para o ataque, derrubando Kuka por ippon e garantindo-se em mais uma semifinal de Mundial.

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No penúltimo combate do dia, ela enfrentou a francesa Madeleine Malonga, atual número 4 do mundo e que foi ao Mundial após desbancar a sua compatriota Audrey Tcheumeo, vice-campeã olímpica, na disputa interna pela vaga na equipe francesa. O combate foi equilibrado e Malonga conseguiu forçar uma punição na brasileira, que precisou ir para cima para não ser punida novamente. Mayra buscou, então, um golpe rasteiro, mas a francesa se defendeu e reverteu no contragolpe para marcar o ippon que a levou à final.

Mayra Aguiar teve pouco tempo para se recuperar. Mesmo assim, a gaúcha fez valer o seu favoritismo e saiu vitoriosa contra Patricia Sampaio, garantindo a medalha de bronze para o Brasil com um ippon sobre a adversária. Trata-se da segunda do país nesse Mundial, já que Rafaela Silva, da categoria 57kg, também subiu ao pódio em terceiro lugar na última terça-feira.

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OUTROS BRASILEIROS – Nas chaves masculinas, o Brasil teve dois representantes no meio-pesado (100kg) com Leonardo Gonçalves e Rafael Buzacarini. O melhor desempenho veio com Buzacarini. Ele estreou com vitória nas punições sobre o árabe Ivan Remarenko, medalhista de bronze no Mundial de 2014, e derrotou o alemão Karl Richard-Frey com waza-ari no “golden score” na segunda luta.

Para avançar às quartas, o brasileiro precisaria passar pelo atual vice-campeão olímpico, Elmar Gasimov, do Azerbaijão, mas sofreu o ippon que interrompeu a sua primeira participação em Mundiais.

Já Leonardo Gonçalves parou na primeira luta. Ele começou melhor no combate contra Zelymn Kotsoiev, também do Azerbaijão, e ameaçou o adversário em alguns momentos da luta com ataques perigosos. Em um lance dividido, o azeri encaixou o golpe e venceu por ippon.

“Meu estilo de luta é assim, sempre para frente. Quem assistiu viu que eu estava melhor, mas ele encaixou o golpe ali e entrou. Era uma luta importante para o ranking mundial, para disputa de vaga olímpica, mas vamos seguir em frente”, explicou o brasileiro.

Neste sábado, no sétimo e último dia de lutas individuais no Mundial, o Brasil terá quatro representantes no tatame na categoria pesados. No masculino (100kg), David Moura e Rafael Silva, o Baby, têm boas chances de medalha. No feminino (78kg), as esperanças estão com Maria Suelen Altheman e Beatriz Souza.