Maurren não deve saltar no pan-americano

A resposta da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) sobre a suspeita de doping da saltadora Maurren Higa Maggi deve ser dada hoje, ao mesmo tempo em que a atleta concede uma coletiva pela manhã, em São Paulo. Além de apresentar suas explicações para o problema, ela provavelmente anunciará sua desistência em participar dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo.

De acordo com o presidente da Confederação de Atletismo (CBAt) Roberto Gesta de Melo, a IAAF o informou ontem que a resposta sobre o caso de Maurren deverá ser anunciada hoje. O dirigente, no entanto, apresentou reservas quanto à afirmação dos dirigentes internacionais.

“Eles me prometeram para esta sexta (hoje), assim como tinham me falado que poderia sair nesta quinta-feira (ontem)”, contou o presidente da CBAt, que voltou a frisar que não vai interferir na decisão de Maurren em ir ou não a Santo Domingo, apesar de considerar prudente que ela não dispute a competição. Contou ter conversado por telefone com Nélio Moura (técnico da atleta), que lhe transmitiu “muita dúvida” sobre qual é a melhor solução a ser tomada.

Caso a IAAF aceite a alegação da brasileira, ela estará apta a participar da competição na República Dominicana. Caso contrário terá início o processo de julgamento da atleta que automaticamente estará suspensa por dois anos.

A contra-prova do exame será feita e, uma vez constatada o aparecimento do Clostebol, a saltadora será julgada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva da CBAt, em Manaus. Independentemente do resultado desse eventual julgamento, o processo receberá a apreciação final do tribunal do Comitê Olímpico Internacional (Court of Arbitration for Sport – CAS).

“Não gosto de falar sobre hipóteses, mas caso a IAAF não aceite as explicações de Maurren, acredito que o CAS será mais complacente”, considerou Gesta. “Eles possuem uma visão mais abrangente do que o antigo tribunal da IAAF, extinto no ano passado.”

Mas alguns fatores pesam contra ela. “A substância proibida Clostebol consta da cartilha distribuída pelo Comitê Olímpico Brasileiro aos atletas de alto nível”, diz Gesta. “Não tem como a Maurren dizer que ela não sabia do uso da substância proibida. Vai ser difícil evitar a punição, porque a Iaaf costuma responsabilizar o atleta pelo consumo da substância proibida, mesmo se for provado que Maurren não teve a intenção de melhorar sua performance”, explica Nick Davies, porta-voz da Iaaf, da sede em Monte Carlo.

Em razão disso, Davies aconselha Maurren a não embarcar. “Se a justificativa não for aceita, a frustração da atleta será pior.” Apesar da dura posição de Davies, Gesta está correndo contra o relógio. “Já fiz inúmeros telefonemas à Iaaf, em Mônaco e pedi, na medida do possível, que a entidade se manifeste o quanto antes sobre o caso da Maurren.”

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