Maurren busca Olimpíada, mas precisa recuperação

Manaus

– “Tenho que conversar com muitas pessoas ainda, mas acredito que consigo entrar em forma a tempo de disputar os Jogos Olímpicos.” Com essa frase cautelosa, dita em meio às lágrimas após ter sua absolvição confirmada pelos sete relatores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da CBAt, nos primeiros minutos desta terça-feira, Maurren Maggi deixou bem claro que o resultado obtido no tribunal visava restabelecer sua credibilidade, abalada com o caso do doping.

Provar que a substância Clostebol encontrada em sua urina no dia 14 de junho do ano passado, durante o Troféu Brasil Caixa de Atletismo, foi conseqüência de contaminação pelo uso da pomada Novaderm, aplicada na Clínica Ligia Cobus após uma cirurgia a laser para remoção de pelos. “Eu tinha que provar que estava certa. Sempre fui muito criteriosa e cuidadosa com meu corpo. Mas jamais imaginaria que uma simples pomada usada em bebês iria me prejudicar”, completou.

Se o primeiro objetivo de Maurren foi alcançado, ela agora precisa superar a barreira que parece mais implacável: a falta de tempo. Entre as pessoas que ela diz ter que consultar está o técnico Nélio Moura. É ele quem vai ditar o ritmo da atleta, agora com um peso a menos sobre os ombros, no período de preparação física rumo aos Jogos de Atenas.

Preocupada, mas otimista, Maurren diz que hoje não teria a menor condição de participar das Olimpíadas. “Mas acredito que recupero esse tempo. Vai depender do meu treinador”, completa. Fisicamente, ela tem tudo para estar nos Jogos. O lado legal, porém, pode atrapalhar o sonho de medalha. Maurren foi absolvida pela legislação brasileira, mas continua suspensa pelas leis internacionais do atletismo. Para ter essa suspensão revogada, terá que ter seu caso apreciado pela IAAF, em Mônaco, a tempo de ser inscrita para os Jogos Olímpicos. Em caso de negativa, a solução seria a própria atleta apresentar o caso ao CAS (Corte de Arbitragem do Esporte, sediado em Lausanne, na Suíça.

Terminado o julgamento, o secretário geral da CBAt, Marinho Nobre dos Santos, começou a recolher todo o material necessário para montar o processo a ser enviado à IAAF em regime de urgência. “Se tudo der certo, o caso será apreciado pelo CAS em março. Pelo menos vamos lutar por isso”, disse o secretário.

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