Passados três dias de sua demissão do Palmeiras, Alexandre Mattos quebrou o silêncio e se pronunciou nesta quarta-feira. O ex-diretor de futebol fez um balanço dos quase cinco anos em que esteve no clube, e afirmou que, com ele no cargo, o time retomou o protagonismo no futebol brasileiro.
Em um comunicado divulgado pela sua assessoria de imprensa, Mattos enumera uma série de realizações para justificar que seu trabalho no Palmeiras foi positivo. Ele cita a reestruturação do departamento médico, das dependências físicas da Academia de Futebol, afirma que elevou o patamar nas vendas de jogadores e recorda o aumento das receitas.
“Atingimos os maiores patamares financeiros do clube de todos os tempos, saindo de uma receita de aproximadamente 240 milhões de reais, em 2014, para aproximadamente 650 milhões de reais em 2018. Também elevamos o patamar das vendas, realizando a maior de toda a história do clube até o momento com o atleta Gabriel Jesus e outras tão importantes, como a de Yerry Mina, Roger Guedes, Keno, Vítor Hugo e outras mais”, diz um trecho da nota. “Retomamos o protagonismo em contratações buscando atletas em destaque e passamos a ser a primeira opção do mercado para os agentes nacionais e internacionais”, acrescenta.
Mattos também faz agradecimentos ao ex-presidente Paulo Nobre, ao presidente Maurício Galiotte, aos conselheiros e patrocinadores do clube, Leila Pereira e José Roberto Lamacchia, além de funcionários e diretores.
Com Mattos, que foi contratado em 2015 pelo então presidente Paulo Nobre, o Palmeiras conquistou três títulos: a Copa do Brasil, em 2015, e dois Brasileiros, em 2016 e 2018. Ele garante que o legado que deixa ao clube após sua saída é positivo.
“Todo esse legado fica para a história do Palmeiras e tenho certeza que enche de orgulho o apaixonado torcedor que sabe que toda essa transformação vai permitir ao clube sempre brigar por grandes conquistas”.
Mattos foi demitido no último domingo, após a derrota por 3 a 1 para o Flamengo. Na coletiva para anunciar a demissão do dirigente, Galiotte afirmou que o “Palmeiras pensa agora num modelo diferente para o próximo ano, uma forma diferente de ver o futebol”.
O mandatário cedeu à pressão da torcida, que realizou uma série de protestos pedindo a demissão de Mattos e do técnico Mano Menezes. O dirigente era o maior alvo das manifestações dos torcedores, que reclamavam dos erros nas contratações feitas em 2019, ano em que a diretoria desembolsou quase R$ 140 milhões em reforços.
“Lógico que diante de tantas decisões a serem tomadas os erros também aconteceram, porém o objetivo sempre foi fazer o melhor, isso o torcedor pode ter certeza”, reconhece Mattos. Com ele, desde 2015, o Palmeiras contratou 76 jogadores.