Astro da seleção alemã que se sagrou tricampeã mundial em 1990, o ex-meia Lothar Matthäus acredita que as recentes decepções acumuladas pela Alemanha em competições importantes nos últimos anos farão o país entrar ainda mais fortalecido na Copa de 2014, no Brasil.
Eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1991, o ex-jogador de 52 anos de idade vê os alemães como principais favoritos ao lado do Brasil e aposta que derrotas como as sofridas nas semifinais das Copas de 2006 e 2010, assim como na mesma fase na Eurocopa de 2012, não tornarão o time nacional menos confiante para chegar ao título em solo brasileiro.
“Tivemos grandes participações nos últimos tempos. Duas semifinais de Copa do Mundo, além de uma semifinal e uma final da Eurocopa (em 2008). Estivemos então muito perto da conquista e falhamos no passo final. Essa experiência adversa nos últimos torneios pode ser mais um ponto a favor na direção de uma equipe forte e compacta”, ressaltou Matthäus, em entrevista ao site oficial da Fifa, publicada nesta quarta-feira e concedida pelo ex-atleta no Rio.
O ex-meio campista destaca que a Alemanha conta hoje com um elenco “forte e equilibrado” e vê o seu país em um estágio superior ao da Espanha, atual campeã mundial. Ao ser questionado sobre quais são os grandes favoritos ao título, ele respondeu: “Acredito que Brasil e Alemanha, seguidos de perto pela Espanha. O Brasil ganhou a Copa das Confederações em 2013, o que mostrou que pode suportar a pressão de jogar em casa. A Alemanha tem mostrado regularidade há alguns anos. A Espanha ganhou os três últimos grandes títulos (da Copa de 2010 e da Eurocopa de 2008 e 2012), mas já não encanta tanto nem tem a mesma estabilidade. Então vejo o time alemão com mais chances que o espanhol neste momento”.
Matthäus também acredita que a Itália “corre por fora” na luta pelo título, mas lembrou que o país eliminou a Alemanha da Eurocopa de 2012 e é sempre um rival poderoso. “Os italianos nos eliminaram na última Euro. Contra eles, nada sai de graça. Eles talvez não tenham o futebol atraente de Holanda, Brasil, Alemanha ou Argentina, mas são sempre perigosos. São muito disciplinados taticamente. Têm jogadores experientes e agora uma boa mistura com jovens, o que não aconteceu em 2010. Naquela ocasião, foi uma espécie de “sobra” de 2006, mais ou menos como a Alemanha de 1994. Não houve renovação. Agora é uma equipe mais equilibrada, à qual se deve estar mais atento. Eu não diria que é uma das favoritas, mas que corre por fora com boas chances”, analisou.