Matthäus estréia no Atlético com vitória magrinha contra o Galo

Se os três pontos são o que importam, então a estréia ontem do técnico Lothar Matthäus foi bem-sucedida. Na primeira vez que o alemão pisou o gramado da Kyocera para dirigir a equipe, o Rubro-Negro jogou apenas pro o gasto e venceu o Galo Maringá por 1 a 0. Teve até vaia, mas nada que superasse a emoção dos quase 9 mil pagantes de poderem ver o ex-craque germânico tão de perto. Com o resultado, o Furacão subiu para o 2.º lugar do grupo A do Estadual. O próximo compromisso na competição será contra o líder Rio Branco, quarta-feira, também em casa.

Contratação bombástica dos dirigentes atleticanos para a temporada 2006, só a entrada de Matthäus em campo foi um acontecimento digno de celebridades. Não só a torcida aplaudiu de pé o treinador, como bandeiras alemãs e um mosaico com as cores do país natal dele foram erguidas na Baixada. Com tanto interesse, os fotógrafos e cinegrafistas cercaram o alemão e só saíram com os pedidos dos policiais. Feliz da vida, Matthäus também aplaudiu os fãs e mostrou o estilo europeu de comandar uma equipe: camisa azul com as mangas dobradas e gravata. Como estava quente, dispensou o paletó.

Ainda com dificuldades de comunicação, ele contou com o auxílio do também alemão Jost Vieth, sempre ao seu lado. De início, gesticulando muito e mostrando o posicionamento, foi cansando e acabou passando a maior parte do tempo acocorado. Do banco, viu uma equipe quase apática no primeiro tempo. Sem o fôlego de Adriano, optou por Pezzolano, que pouco contribuiu para o time, assim como a maior parte da equipe.

Foi substituído no intervalo por Ricardinho.

O 2.º tempo prenunciava uma maior movimentação, principalmente com o ?rei do drible? em campo, mas a torcida percebeu que o ritmo começou a cair e pediu, num coro de 9 mil vozes, a presença de Dagoberto. Pedido feito, pedido aceito. Matthäus chamou o ídolo rubro-negro e incendiou o jogo. Com belos arranques, dribles desconcertantes e jogadas de craque, Dago deu nova cara ao jogo e fez o passe para Ricardinho marcar o gol da vitória. Depois disso, cansou com o restante da equipe e ?figurativamente? cozinhou o Galo até o apito final do fraquinho Vágner Vicentin, que não marcou dois pênaltis para o Atlético e deixou a botinada rolar solta.

Torcida pediu e Dagoberto voltou com estilo

O treinador Lothar Matthäus esperou 58 minutos e o pedido unânime dos torcedores para tirar o Atlético da letargia e colocar a alegria em campo. Depois que entrou, o atacante Dagoberto mostrou que está recuperado das lesões que sofreu e que é fundamental para a equipe. Foi dele a assistência para o gol de Ricardinho e por jogadas de efeito para fazer vibrar a arquibancada e deixar os defensores adversários mais nervosos.

?Não jogamos um grande futebol, mas valeu pela vitória, valeu pelo esforço de todos e com o tempo vamos adquirindo a melhor forma?, analisou o craque após a partida. Ainda chateado por ter sido envolvido numa suposta briga entre torcedores organizados, a Massa Sports e o próprio clube, ele voltou a dizer que sua resposta será dada dentro de campo. ?Cada um tem boca e fala o que quer. Deus me ajude que eu possa fazer uma seqüência sem contusões e possa honrar essa camisa como sempre fiz?, desabafou o atacante que fez a sua primeira partida oficial neste ano pelo Atlético.

Se for como ontem, os companheiros vão elogiar sempre. Que o diga Ricardinho. Para o ?rei do drible?, com Dagoberto em campo, as chances do time marcar são bem maiores. ?Você vendo um companheiro em melhor posição você tem que ajudar porque quem ganha são todos?, justificou. Xodó da torcida, ele voltou a agradecer o carinho das arquibancadas. ?Procuro fazer o meu melhor e se todo mundo me apóia é porque eu faço alguma coisa dentro de campo e eu procuro fazer bem feito sempre?, ponderou o atacante.do Rubro-Negro.

Em sintonia com o alemão

Quero agradecer de coração essa recepção calorosa e ao time pela conquista dos três pontos. Assim, o técnico Lothar Matthäus resumiu a sua estréia no Atlético, ontem, na Kyocera Arena. Apesar de feliz com os aplausos, ele mostrou que não ficou muito satisfeito com o que viu e já projeta mudanças, apesar de não querer adiantar nada. Encarando o Campeonato Paranaense como laboratório, ele testou jogadores como Cléber e Pezzolano e poderá fazer novas mudanças.

?Temos noção de que no futuro nós teremos que jogar melhor, mas vendo esse jogo pude descobrir como foi duro o treinamento pelo qual passou a equipe e que a preparação para os próximos campeonatos é diferente do que nós passamos agora?, analisou o alemão, traduzido para o português por Klaus Junginger. Vindo de outra cultura, ele já avisou que deverá mudar o time mais do que o habitual e que isso se tornará rotina.

Por exemplo, o uso de Pezzolano no lugar de Adriano (em negociação com o Inter) ao invés do titular Rodriguinho foi para conhecer os jogadores que ele tem à disposição. ?É muito importante que eu conheça as potencialidades dos jogadores e no futuro haverá variações e substituições que algumas pessoas poderão estranhar?, explicou. Uma dessas poderá ser a troca constante de goleiros. ?Não é tradicional no Brasil mudar de goleiros durante a temporada, mas tenho que ser justo com todos os jogadores e dar a eles uma oportunidade?, justificou.

Mesmo com as dificuldades encontradas e com os espaços abertos por Dagoberto, ele minimizou a presença do craque em campo. ?Certamente, nós também teríamos a oportunidade de vencer esse jogo sem a entrada de Dagoberto e não façam perguntas agora sobre quem vai pertencer à equipe e quem não vai?, finalizou Matthäus.

Treino

Hoje, o alemão volta ao batente para projetar o time para enfrentar o Rio Branco. Para este compromisso, ele não poderá contar com o meia Ferreira, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Quem iniciou o jogo de ontem faz um trabalho regenerativo.

Os demais devem realizar um jogo-treino no CT do Caju.

CAMPEONATO PARANAENSE
Grupo A – 1.ª Fase – 8.ª Rodada
Local: Kyocera Arena
Árbitro: Vágner Vicentin
Assistentes: Altemar Roberto Domingues e Moisés Aparecido de Souza
Gol: Ricardinho
Cartão amarelo: Senegal, Ferreira, Maurício, Danilo, Adriano, Dênis Marques, Kulman, Edu
Renda: R$ 139.116,50 (R$ 58.113,35 líquidos)
Público pagante: 8.716
Público total: 10.095

Atlético 1 x 0 Galo Maringá

Atlético
Cléber; Erandir, Paulo André e Danilo; Jancarlos, Alan Bahia, Ferreira (Rodriguinho), Pezzolano (Ricardinho) e Michel Bastos; Dênis Marques (Dagoberto) e Rodrigão. Técnico: Lothar Matthäus

Galo Maringá
Paulo Sérgio; César Gaúcho, Senegal e Batata; Dan (Peti), Kulman, Carlos Alberto, Mirandinha (Edu) e Maurício; Adriano e Didi (Marcelo Régis). Técnico: Ivair Cenci

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