A partir do Atletiba de domingo estará proibida a entrada de faixas, bandeiras ou de pessoas que trajem uniformes de torcidas organizadas nos estádios paranaenses.
A medida foi anunciada na manhã de ontem, após um encontro entre dirigentes de Atlético, Coritiba e Paraná, Polícia Militar (PM) e Federação Paranaense de Futebol (FPF), no quartel da PM.
De acordo com o que foi combinado na reunião, a FPF terá a missão de comunicar outras federações sobre o veto nos estádios paranaenses. As baterias não serão proibidas, mas não poderão ter caracterização com símbolos de torcidas organizadas.
A proibição será realizada durante todo ano de 2010, valendo para o Campeonato Paranaense, Brasileiro e Copa do Brasil, a partir de uma antiga resolução da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) – que dá esse poder de veto desde 2001.
‘Se a pessoa torce por um clube, que vá ao estádio com a camisa do time. Com a bandeira do time. Isso não será proibido’, afirmou o Coronel Jorge Costa Filho, responsável pelo comando policial em jogos na capital.
Pente fino
Além de barrar a entrada de materiais vinculados com torcidas organizadas, a PM também fará um ‘pente fino’ nas redondezas dos estádios Couto Pereira e Arena da Baixada, orientando torcedores.
De acordo com o comandante da polícia, também haverá um bafômetro na entrada de jogos. A intenção é evitar a presença de pessoas embriagadas, já que a comercialização de cerveja é proibida dentro dos estádios.
Conscientizar é preciso
Apesar do apoio ao veto de materiais de organizadas nos estádios de Curitiba, o vice-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro, afirmou que um projeto maior deve ser realizado para coibir atos de violência.
“Enquanto o País não investir em educação e não tiver um nível de comprometimento de valores, vamos ter esse tipo de ações em todos os clubes do Brasil, como em qualquer atividade esportiva”, ressaltou ele, sobre a violência.
O diretor coxa também enalteceu o elo que cada time deve ter com seu torcedor. “Os clubes precisam das torcidas. Assim como a torcida vive em função do clube. O que não pode existir é, em uma má jornada, a torcida se enfurecer, invadir o campo e agredir pessoas”, explicou.
Torcidas lamentam a decisão
De acordo com representantes de duas das três maiores organizadas da capital, a Secretaria de Segurança está sendo premeditada ao realizar o veto. Eles afirmam que todas as torcidas estão fazendo sua parte para ajudar a polícia, a começar pela extinção de comandos.
Sabendo da notícia pela imprensa, diretores da Fúria Independente do Paraná realizaram uma reunião na tarde de ontem. ‘Também temos nosso trabalho para espantar o mau torcedor. Mas estamos em contato com o Ministério Público e conversando aqui pra depois dar uma palavra’, disse o secretário da torcida, João Arruda.
O posicionamento foi o mesmo apresentado pela Fanáticos do Atlético. ‘Estamos fazendo um bom trabalho, tentando resgatar o verdadeiro torcedor e colaborando com as autoridades. Ainda assim, aguardamos que haja uma notificação judicial para tomar qualquer medida’, ressaltou o vice-presidente da torcida, Juliano Rodrigues.
Além de lamentar o veto, representantes das organizadas de Paraná e Atlético acreditam que as medidas são um reflexo das cenas de violência ocorridas no Couto Pereira, após o fim do jogo contra o Fluminense, quando o Coritiba foi rebaixado para a 2.ª divisão do Brasileiro.
A organizada Império do Coxa é protagonista de uma denúnci,a da diretoria do Atlético à SESP, ressaltando um possível quebra-quebra organizado para domingo, na Arena da Baixada. Diretores da torcida não foram localizados para se pronunciar.