O Campeonato Brasileiro de 2005 entra em sua reta final e dois acessórios começam a ter um papel cada vez mais destacado na vida dos clubes, e também dos torcedores: o lápis e a calculadora. Faltando apenas sete rodadas para o encerramento da competição, as estimativas numéricas podem ajudar a traçar as estratégias de quem luta pelo título da temporada o Corinthians está muito perto da conquista, e o Internacional, seis pontos atrás, e o Fluminense a nove, ainda suspiram pela liderança, Copas Libertadores e Sul-Americana e, principalmente, na disputa contra o rebaixamento.
Dos três times paranaenses, quem mais tem que se preocupar com as contas é o Coritiba, que perdeu as últimas oito partidas e ronda com insistência a zona do rebaixamento para a Série B, a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de 2006.
Atlético Paranaense e Paraná Clube estão em situação mais tranqüila. Com a vaga na Copa Sul-Americana praticamente garantida, ambos ainda têm uma pequena possibilidade matemática de conseguir um lugar na Copa Libertadores da América do próximo ano.
A Tribuna analisou as estatísticas do Brasileirão e, com a ajuda do professor Tristão Garcia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), montou um panorama da situação do trio de f erro nas últimas rodadas.
Confira também as seqüências de jogos dos times paranaenses, e dos quatro últimos na tabela de classificação.
As partidas finais da competição prometem muita emoção. Vai faltar lápis e borracha para calcular as chances de cada um.
Furacão quase dentro
Apenas um desastre pode tirar do Furacão uma das sete vagas para a Sul-Americana. Na oitava posição, com 51 pontos, o clube da Baixada tem 91% de chances de se classificar para o torneio continental, segundo os cálculos de Tristão Garcia.
Os jogos em casa podem bastar para que o Rubro-Negro garanta sua vaga. Até o final do Brasileirão, serão três partidas na Arena e quatro como visitante. Dos 21 pontos em disputa, o Atlético precisa de oito para assegurar seu lugar, o equivalente a duas vitórias e dois empates. Como não perde em seu estádio há 15 jogos -desde a derrota por 3 a 1 para o Internacional, na quinta rodada é muito difícil que o Furacão fique de fora.
A possibilidade da Libertadores ainda existe, mas é muito remota. "O Atlético teria que ganhar todos os jogos e ainda dependeria dos resultados dos adversários", afirma Tristão Garcia.
Tricolor na cola da vaga
A situação do Paraná Clube é muito parecida com a do rival Atlético Paranaense. Com os mesmos 51 pontos, o time da Vila Capanema leva desvantagem apenas no número de vitórias. Tem 14, contra 15 do Rubro-Negro. Por isso, as chances de o Tricolor voltar a figurar no cenário internacional são as mesmas do Furacão: 91%. Na disputa pelos oito pontos necessários, o Tricolor disputa quatro jogos como mandante e três em território adversário.
E a Libertadores se tornou mesmo um sonho praticamente impossível. "São apenas chances matemáticas. Paraná e Atlético vão ficar mesmo com a Sul-Americana", sentencia o professor Garcia.
Coritiba corre muito perigo de cair
A situação do Coxa é bem mais complicada, mas não chega a ser desesperadora. Na 18.ª posição, com 38 pontos, o Coxa tem 44% de possibilidade de disputar a segunda divisão em 2006. A salvação viria com quatro vitórias, exatamente o número de jogos que o Coritiba disputa em casa. "Com 50 pontos, o Alviverde deve mesmo escapar, pois tem uma vitória a mais que o Flamengo", acredita Tristão Garcia. O rubro-negro carioca vem logo atrás do Coxa na tabela, com os mesmos 38 pontos.
O problema é que o Coxa parece ter entrado em pane no campeonato. Já são oito derrotas seguidas, três delas em casa. É a pior campanha do segundo turno entre todos os 22 times que disputam o Brasileirão. Portanto, quatro vitórias em sete jogos representariam uma verdadeira reviravolta no futebol alviverde. "O Coritiba decidirá sua sorte nos confrontos diretos que tem (Figueirense, Brasiliense e Atlético-MG). Nesses jogos, ele precisa somar pontos. Se não, fica muito difícil escapar", sentencia Garcia. A torcida alviverde terá que rezar muito, e secar os adversários. Haja pimenta secadeira.