Massa volta a ter chances na Ferrari

A novela cujo enredo principal é o futuro de Michael Schumacher parece não ter fim. Como está dando ibope, o plano de levar ao ar o último capítulo no fim de semana do GP da Itália, que acontece no dia 10 de setembro em Monza, foi suspenso.

A trama será esticada. Pelo menos é o que afirma o jornal alemão Bild. Com uma ajudinha do piloto, que ontem em Istambul disse que ainda não tomou decisão nenhuma. ?Ainda tenho mais 14 dias, e talvez muito mais?, falou o ferrarista.

O Bild entra na história ao revelar que Schumacher teria tido um encontro com o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, no qual teria imposto uma condição para continuar correndo: quer Felipe Massa como companheiro de equipe.

Querer Massa significa vetar Kimi Raikkonen, que já teria assinado um contrato com o time italiano. Contrato, diga-se, que é negado tanto por ele quanto pela equipe. Uma fonte ligada ao piloto teria dito ao Bild que Michael ?não se sentiria muito bem? tendo um piloto rápido como Kimi como parceiro.

Há várias linhas de especulação envolvendo o futuro do heptacampeão mundial. Alguns afirmam que se ele conquistar mais um título, pára por cima. Outros acreditam que se o octa vier, aí é que continua mesmo, porque terá provado a si mesmo que ainda é muito competitivo. Outros ainda garantem que se ele não for campeão de novo, desiste da brincadeira. Enquanto mais alguns acreditam que se perder o título, quererá mais uma temporada para desbancar Fernando Alonso.

Em meio a tanta boataria, há poucas certezas. Uma delas é a de que Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, pendura as chuteiras no fim do ano. Não se sabe se em definitivo ou apenas para tirar férias prolongadas.

Brawn é figura importante na carreira de Schumacher. Com ele no pitwall, o alemão conquistou todos seus títulos, os dois primeiros na Benetton e os cinco seguintes na Ferrari. Estrategista da equipe, Ross é considerado o responsável por muitas das 89 vitórias do piloto, especialista em táticas mirabolantes de paradas nos boxes para troca de pneus e reabastecimento.

Quinze anos depois, surge um ?novo Michael Schumacher?

Um garoto de 19 anos fechou os treinos de ontem como grande destaque da sexta-feira em Istambul. Sebastian Vettel, que só havia andado de F1 duas vezes na vida, fez o melhor tempo do dia estreando na função de piloto de testes da BMW Sauber.

Alemão, Vettel é uma aposta da montadora bávara. Foi campeão da F-BMW em 2004 e, em duas temporadas na categoria, subiu ao pódio em 32 das 39 corridas que disputou, vencendo 23.

Desde o ano passado Vettel corre na F3 européia e, esporadicamente, na Super Nissan (três provas, duas vitórias). Na F1, fez um teste com a Williams em setembro do ano passado, 25 voltas em Jerez. Em julho deste ano, mais 83 voltas na mesma pista com o carro da BMW Sauber.

Dentuço, cheio de espinhas e imberbe, Sebastian é patrocinado pela Red Bull há algum tempo. É cria de Gerhard Noack, o empresário que fez fama como ?descobridor? de Michael Schumacher 25 anos atrás, quando o viu correndo de kart em Kerpen e decidiu investir em sua carreira.

Outras coincidências unem Vettel a Schumacher. Primeiro, ambos foram bancados por fábricas de automóveis para chegar à F1: Mercedes no caso do heptacampeão, BMW no caso do novato. E ontem fez exatos 15 anos da estréia de Michael na F1. Ela aconteceu no GP da Bélgica no dia 25 de agosto de 1991 pela Jordan. Ótimos tempos nos treinos, sétimo no grid, e quebra na primeira volta. Mas o suficiente para, na prova seguinte, ocupar o lugar de Roberto Moreno na Benetton.

Vettel é considerado um ?novo Schumi? pela imprensa alemã. O primeiro tempo de ontem, 1min28s091, só reforçou a euforia de seus compatriotas, que aguardam a aposentadoria de seu maior ídolo para breve.

?Fiquei surpreso com o resultado?, disse Vettel, celebridade instantânea em Istambul. ?Já aprendi duas lições. Uma delas, apertar o botão do limitador quando entrar nos boxes. Não apertei e isso vai custar caro para a equipe?, brincou – a BMW Sauber teve de pagar uma multa à FIA. ?A outra é que já fui sorteado para o exame antidoping.?

?Calota? da Ferrari gera polêmica

A Ferrari instalou ontem em seus carros uma espécie de ?calota? furada no meio, cuja função seria reduzir a turbulência do ar no miolo das rodas traseiras. A novidade já começou a gerar polêmica. A Renault ensaiou um protesto, alegando que a função da calota acaba sendo aerodinâmica, e como peças aerodinâmicas não podem ser móveis…

A reclamação do time francês não prosperou, porém. A equipe continua irritada com a proibição, pela FIA, do uso de seus amortecedores de massa por dentro do bico do carro. Desde o GP da Alemanha a Renault não vem utilizando o dispositivo, que minimiza as vibrações do carro e, como resultado, faz com que ele gaste menos pneu na frente.

Coincidência ou não, o fato é que os carros de Alonso e Fisichella passaram a andar mal depois que os amortecedores de massa foram retirados. Ontem, Fernando foi o 12.º e Giancarlo, o 18.º. Os dois reclamaram que seus pneus dianteiros estavam ?esfarelando?.

?No momento, a Ferrari está muito forte, andando na casa de 1min29s. Não sei se conseguiremos chegar neles?, disse um desanimado Alonso, líder do mundial com 100 pontos, contra 90 de Schumacher.

O grid de largada para o GP da Turquia será definido hoje a partir das 8h de Brasília. A prova, amanhã, começa às 9h.

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