Felipe Massa pode acrescentar uma corrida àquelas que costuma elencar quando fala sobre ?correr em casa?. Normalmente, ele trata assim os GPs do Brasil, seu país, e da Itália, a pátria da Ferrari. A lista terá, a partir de agora, a Turquia.
O brasileiro venceu no domingo, pela segunda vez, no circuito de Istambul. E declarou seu amor à capital do antigo Império Otomano. ?Eu amo este lugar, a pista e sua gente. Só não tenho o nariz grande como eles?, falou o ferrarista, feliz da vida, depois da terceira vitória no ano, quebrando o jejum que durava quase quatro meses.
O resultado foi importante para Massa em vários sentidos. Primeiro, porque ?empatou? com os outros três protagonistas do ano, Hamilton, Alonso e Raikkonen: todos venceram três vezes. Depois, porque os dois da McLaren, líder e vice-líder do mundial, terminaram a 12.ª etapa atrás dos dois carros da Ferrari, na segunda dobradinha do time italiano na temporada.
Foi na Turquia que, no ano passado, Felipe fez sua primeira pole e venceu pela primeira vez na F 1. ?A partir daquela corrida, minha carreira deu um salto. E esta vitória de hoje foi muito boa para o ego, para a equipe, para todos. A motivação, agora, aumenta e ainda estamos na briga?, disse.
A corrida turca foi enfadonha. Os oito primeiros no grid terminaram na zona de pontuação, embora só Felipe na mesma posição em que largou. Apesar de tantas mudanças, as ultrapassagens aconteceram apenas na largada e, depois, nas manobras de pit stop.
Massa, assim, foi a 69 pontos no campeonato e voltou ao terceiro lugar na classificação, dez atrás de Alonso, terceiro colocado ontem, e a 15 de Hamilton – que subiria ao pódio com tranqüilidade não fosse um pneu furado a 15 voltas do final, que acabou deixando o inglês na quinta posição. Kimi caiu para quarto, com 68. Faltam cinco etapas para o fim do mundial.
Histórico
Quatro pilotos, 12 corridas, três vitórias para cada um. Tal situação é inédita na história da F 1: tamanho equilíbrio no número de triunfos entre aqueles que lutam pelo título mundial. E são de apenas duas equipes, Ferrari e McLaren – que juntas, neste ano, levaram para suas estantes 32 dos 36 troféus distribuídos aos pilotos que subiram ao pódio em 12 corridas, 88,9%.
As migalhas ficaram para a BMW Sauber (dois pódios para Nick Heidfeld, em Montreal e Budapeste), Williams (Alexander Wurz, em Montreal) e Red Bull (Mark Webber, em Nürburgring).
Equilíbrio semelhante a essa distribuição de vitórias só é encontrado, nos alfarrábios da categoria, na distante temporada de 1974. Depois de 12 etapas daquele campeonato, cinco pilotos somavam duas vitórias cada: Carlos Reutemann (Brabham), Emerson Fittipaldi (McLaren), Ronnie Peterson (Lotus), Jody Scheckter (Tyrrell) e Niki Lauda (Ferrari). As outras duas foram vencidas por Denny Hulme (McLaren) e Clay Regazzoni (Ferrari). Fittipaldi acabou conquistando o título.