São Paulo – Há um título a ser decidido. Mas os acontecimentos de ontem em Interlagos deixaram a decisão do Mundial de Fórmula 1 de 2006 em segundo plano. Até porque a chance de uma zebra tornou-se ínfima, diante de mais uma quebra de Michael Schumacher. O nome do sábado acabou sendo Felipe Massa. E se depender da torcida no autódromo, será o nome do domingo, também.
O segundo piloto da Ferrari fez a pole position para o GP do Brasil, para delírio das quase 40 mil pessoas que ocuparam boa parte das arquibancadas de Interlagos. É a maior chance de um brasileiro ganhar em casa desde 1993 – a última vez que isso aconteceu foi com Ayrton Senna. A prova, hoje, começa às 14h.
Nem quando Rubens Barrichello marcou a pole em São Paulo, em 2003 e 2004, um triunfo local esteve tão perto. De novo, graças aos acontecimentos de ontem em Interlagos. A saber, pela ordem de importância: um problema na bomba de combustível de Schumacher, que vai largar em décimo; a superioridade dos carros vermelhos, que fazem deles uma aposta certa para a vitória, e a posição de Alonso no grid, quarto, ideal para quem precisa apenas de um oitavo para ser campeão.
Schumacher quebrou de novo quando abria a primeira volta da ?superpole? na condição de franco favorito à posição de honra no grid. O alemão entrou lentamente nos boxes e ficou dentro do cockpit, na esperança de poder voltar à pista, até faltar um minuto para a bandeira quadriculada. Aí, levantou e saiu irritado. Enquanto isso, Massa reinava sossegado no asfalto quente de um sábado com sol e nuvens. Cravou 1min10s680 na sua última volta voadora, 0s619 mais rápido que Kimi Raikkonen, da McLaren, que ficou em segundo no grid.
?Fantástico?, ?sensacional? e ?emocionante? foram os termos usados por Felipe para descrever o que estava sentindo. ?Conseguir isso aqui em casa, diante do público brasileiro, é algo que eu nunca imaginei que pudesse acontecer. Acho que é o dia mais feliz da minha vida?, comemorou, depois de subir na mureta dos boxes e vibrar junto com os torcedores. ?O macacão verde e amarelo deu sorte?, brincou.
É claro que se em algum momento da prova Michael aparecer atrás de Felipe, a equipe vai inverter as posições. Afinal, uma chance ainda existe de conquistar o octocampeonato. Só que, para que isso aconteça, é preciso combinar com os oito pilotos que os separam no grid. Entre eles, Alonso.
O cenário mais provável é Felipe sumir na frente nas primeiras voltas. E até Schumacher se livrar dos outros, pode ser que as 71 voltas da corrida já tenham passado. Para alegria de boa parte da torcida brasileira, que espera há 13 anos por um domingo como hoje. (Ag. Warm Up)
?Sensação é igual a de uma pole?
São Paulo – Fernando Alonso não cabia em si de alegria ao final da classificação de ontem. A tragédia mecânica de Schumacher, para ele, ?foi igual a sensação de ter feito uma pole?. O espanhol confessou que estava muito nervoso antes de começar o treino que definiu o grid. ?Agora estou bem mais relaxado. Grande parte das dúvidas que tinha sobre este fim de semana já não tenho mais?.
Para o piloto da Renault conquistar o bicampeonato, ele só precisa chegar entre os oito primeiros. Larga em quarto. ?É um sonho, porque eu achei que essa classificação seria bem mais difícil?, disse, aliviado. Mesmo se não pontuar, Fernando pode ser campeão. Para isso, é preciso que Schumacher não vença a corrida.