Marrocos critica punição imposta por desistir da Copa Africana e deve recorrer

O Marrocos rejeitou as sanções impostas pela Confederação Africana de Futebol (CAF) pela decisão de não sediar a última Copa Africana de Nações, as chamando, nesta quarta-feira, de prejudicial para o esporte e contra as regras.

O país anunciou a decisão de não organizar o torneio dois meses antes do seu começo, marcado para janeiro, alegando temor com o risco da propagação do Ebola através de torcedores do Oeste da África. O Marrocos pediu o adiamento da competição para a CAF, que o recusou e rejeitou a sua posição sobre o Ebola. Guiné Equatorial acabou organizando o torneio.

O Marrocos foi banido das copas de 2017 e 2019 e multado em US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 2,8 milhões). A CAF também exigiu mais US$ 9 milhões (R$ 25,5 milhões) em indenização. “O comitê executivo está totalmente atordoado com as decisões tomadas pela CAF, que não têm relação com a conclusão tirada após a reunião no Cairo com o presidente (da federação marroquina)”, disse o comunicado.

Após esse encontro em janeiro com o presidente da CAF, Issa Hayatou, o presidente da Real Federação de Futebol de Marrocos, Faouzi Lakjaa, disse que a pena seria apenas financeira. Segundo o comunicado, Lakjaa foi liberado a tomar “todas as medidas que considerasse apropriada”, mas não entrou em detalhes sobre o que Marrocos poderia realmente fazer.

Segundo a imprensa local, a federação está dividida entre aqueles que defendem a busca de uma solução negociada com a CAF com os que desejam acionar a Corte Arbitral do Esporte, em Lausanne, na Suíça, contra a decisão.

Há um precedente da mais alta corte do esporte de cancelar tentativas da CAF de proibir uma seleção de participar do seu principal torneio. Em 2010, Togo recorreu com sucesso da sua suspensão de dois torneios imposta por Hayatou depois que a seleção se recusou a jogar em Angola na sequência de um ataque com mortes ao ônibus da equipe.

Em seguida, o tribunal pediu ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, para mediar as conversações entre Togo e a CAF, e determinou que a expulsão de dois torneios “não cumpriu com o regulamento da CAF para a competição”.

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