A ausência de Washington na partida contra o Botafogo havia causado apreensão no São Paulo. Na última vez em que ele não esteve em campo, o ataque falhou e o time acabou perdendo para o Bragantino por 1 a 0. Mas, no domingo, mesmo sem sua referência na área, o time mostrou um bom futebol, criou diversas chances e marcou gols com a bola no chão, na base dos passes curtos, derrotando o Botafogo de Ribeirão Preto por 5 a 0.
O principal responsável pelo bom jogo foi Marlos. Ele também estava no duelo de Bragança, mas desta vez teve grande atuação. Mais incisivo, conseguiu fazer a ligação entre o meio de campo e o ataque, trocou passes com Dagoberto e Fernandinho, deu lindos dribles e ainda fez um gol, seu primeiro no ano. “Eu estava entrando no time e criando oportunidades, mas sempre a bola batia na trave, batia em alguém e não entrava.”
No domingo, ele partiu para cima dos adversários, armou boas jogadas e se entendeu muito bem com Dagoberto. No segundo gol, o atacante deu um lindo passe de calcanhar para Marlos, que invadiu a área em velocidade e tocou para Hernanes empurrar para o gol vazio. Foi o tento que deu tranquilidade ao time, pois ocorreu logo depois de o técnico José Galli Neto ter tirado um volante para colocar o meia Xuxa.
Mas é do primeiro gol que Marlos não vai se esquecer tão cedo. No finzinho do primeiro tempo, quando o São Paulo já havia desperdiçado uma cobrança de pênalti com o goleiro Rogério Ceni, Miranda fez uma bela jogada individual e passou para Marlos. Ele ajeitou a bola e deu um lindo toque por cima do goleiro Wéverton para abrir o placar no Morumbi. “Foi um gol importante, pois a gente estava criando bastante e não estava conseguindo finalizar em gol.”
Marlos é um dos jogadores mais discretos do elenco são-paulino. Não costuma dar muitas entrevistas e não entra em polêmicas, mas tem a confiança de toda a comissão técnica. Prefere se comunicar com a bola nos pés. “O São Paulo é um clube que te dá condições de ter amigos, aqui falo com todo mundo, gosto de todo mundo.”
Ele já tinha na ponta da língua a resposta quando lhe perguntaram em que ocasião havia dado entrevista pela última vez no Morumbi. “Foi na minha estreia, contra o Cruzeiro [em maio de 2009]. Cheguei ao clube com o objetivo de ser titular e estou trabalhando para isso. Como vim de um time de menor expressão, tinha dificuldade para entender o jogo. Sei que preciso melhorar a marcação, preencher os espaços. Se conseguir fazer isso, acho que posso me tornar um bom jogador”, comentou.
