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Ex-jpgador do Coxa, Marlon reforça |
O primeiro reforço do Paraná Clube será apresentado hoje à tarde. O atacante Marlon, ex-Portuguesa Santista e Coritiba, começa a trabalhar já visando a disputa do campeonato paranaense. É o primeiro indício de que o Tricolor pretende não correr os mesmos riscos deste ano. No último Estadual, ao apostar em uma equipe formada quase que na sua totalidade por jogadores muito jovens – que haviam recém-disputado a Copa São Paulo de Juniores – o Tricolor esteve muito perto do rebaixamento.
A estratégia arriscada fez com que por mais um ano o Paraná ficasse longe das primeiras colocações e, conseqüentemente, fora da Copa do Brasil 2005. "Já é hora de recuperarmos uma posição de destaque no nosso Estado. Afinal, comandamos o futebol paranaense na década passada", lembrou o superintendente de futebol Ricardo Machado Lima. O dirigente lembrou que a página não pode simplesmente ser rasgada.
"Ela pode ser virada, mas, antes disso, precisamos lê-la atentamente. Deve ser lida e relida para que os erros não se repitam", frisou. A primeira missão da diretoria será a manutenção de boa parte do atual elenco. O técnico Paulo Campos, com contrato até abril do ano que vem, já pediu a renovação dos contratos dos principais jogadores. O goleiro Flávio e o zagueiro Émerson já conversaram com a diretoria.
"Agora, podemos negociar de forma mais clara. A partir dessa terça-feira, jogadores serão chamados para acertar tudo antes do período de férias", explicou o vice de futebol José Domingos. O dirigente conformou também que as parcerias com empresários devem ser renovadas para 2005. "Só que, desta vez, partimos de uma base", disse Domingos, deixando claro que a intenção é não esperar para montar um time apenas para o Brasileirão.
Não tem mais jeito. Paraná garantido pela matemática
Agora, nem com "reza brava". O Paraná Clube está matematicamente livre de qualquer risco de descenso. Situação conquistada com muita luta e emoção. O campeonato brasileiro sequer havia começado e o Paraná Clube já era apontado como um dos favoritos ao rebaixamento.
Um rótulo, pode-se dizer assim, merecido. Afinal, o que se esperar de um clube que esteve ameaçado pela degola no frágil campeonato paranaense? De quebra, o elenco foi reformulado sem que nenhuma contratação causasse muito alarde.
Canindé, o nome de maior expressão, só chegou depois de três meses de competição. A contratação do meia – assim como de boa parte do grupo – só foi possível com parcerias entre Paraná e os empresários Sérgio Malucelli, Iko Martins e Odário Durães. Para comandar uma "legião de estrangeiros", a diretoria trouxe Paulo Campos, que apesar de muitos anos de atividade no exterior, com passagem também pelo Palmeiras B, tinha como principal cartão de visitas sua participação no campeonato paranaense, frente ao Iraty.
Tudo isso por conta das dificuldades financeiras seguidamente anunciadas pelo próprio presidente. "Não é fácil competir diante da massacrante diferença econômica provocada pela divisão sem critérios das cotas de televisão", repetiu José Carlos de Miranda ao longo de todo o brasileiro. Mesmo com estes obstáculos e formando um time relativamente barato – talvez a menor folha de pagamento da Série A – o Tricolor cumpriu todos os seus compromissos até aqui, mantendo em dia salários, direitos e imagem e premiações.
"Essa postura foi muito importante para que conseguíssemos manter o grupo motivado e focado. Qualquer profissional rende muito mais quando questões financeiras não interferem no seu dia-a-dia", lembrou Paulo Campos. O treinador, que chegou a ser demitido após onze rodadas – quando o Paraná ocupava a 17.ª colocação – voltou para comandar a reação tricolor. De lanterna e "virtual" rebaixado, iniciou a nova caminhada com uma expressiva goleada (4×1) sobre o Cruzeiro, em pleno Mineirão.
De lá para cá, foram 17 jogos – com 9 vitórias, 4 empates e apenas 4 derrotas. O rendimento de 60,78% seria suficiente para colocá-lo na quarta colocação. Na prática, o objetivo tornou-se a permanência na Série A, o que foi conquistado fora de casa, na vitória sobre o Criciúma. Com 54 pontos e 15 vitórias, não há fórmula capaz de devolver o Paraná à zona de rebaixamento. Mesmo que perca para Fluminense e Internacional, nas duas últimas rodadas. Atlético Mineiro e Guarani, por exemplo, só chegam a 53 e 52 pontos, respectivamente.
Vitória, Paysandu, Flamengo, Criciúma e Botafogo, para superarem o Tricolor, teriam que vencer os dois jogos que lhe restam. Já o Vasco, precisaria "apenas" de uma vitória e um empate. Só que, há confrontos diretos que garantem o Paraná na primeira divisão. Como Vitória e Flamengo jogam contra o Cruzeiro, caso essa combinação improvável – para não se dizer maluca – ocorra, seria o clube mineiro o rebaixado.