Mário Sérgio já não está tão
absoluto no comando técnico e
será chamado para dar explicações
sobre as últimas atuações da equipe.

O técnico Mário Sérgio continua à frente da equipe do Atlético na seqüência do campeonato brasileiro, pelo menos por enquanto. Após três derrotas seguidas, o treinador terá seu trabalho avaliado pela diretoria do clube numa reunião a ser programada para esta semana, onde será avaliada a continuidade do projeto comandado pelo profissional. Amanhã, o Rubro-Negro encara o Internacional, às 19 horas, na Arena, e um resultado negativo deverá provocar mudanças na comissão técnica.

“Vamos fazer uma reunião com o comando técnico para ver o que está acontecendo. O último jogo que eu assisti foi contra o Figueirense, onde o time dominou e, por infelicidade, não conseguiu os gols e eles deram dois chutes e ganharam o jogo”, confirmou a O Estado o presidente Mário Celso Petraglia. O dirigente estava em viagem à Itália e não acompanhou os últimos quatro jogos (uma vitória e três derrotas seguidas). Nem há previsão de quando será esse encontro entre a diretoria e Mário Sérgio. “Tenho que ver a minha agenda para ver quando vou poder. Pode ser antes ou depois da partida contra o Internacional”, revelou.

No entanto, a situação do técnico ficou muito delicada após a goleada sofrida para o Juventude. A apatia do time, em conjunto com a confusão tática implantada pelo treinador nesse jogo, pode ter encaminhado o trabalho do treinador para um beco sem saída e a partida de amanhã deverá se tornar crucial para a permanência de Mário Sérgio, apesar da direção do clube não confirmar nada. “Sobre hipóteses, eu não trabalho. Vamos esperar para ver melhor o que está acontecendo”, despistou Petraglia.

Além do descontentamento com a equipe profissional, o presidente do Atlético revelou que aproveitou a viagem à Europa para manter contatos com empresários e dirigentes italianos para encaminhar futuras negociações. “Fomos visitar o Milan e ver a possibilidade de criação de um fundo de jogadores”, disse. Ele não quis adiantar quais nomes do clube poderiam entrar nesse fundo, mas nos bastidores, o comentário é de que o atacante Dagoberto estaria sendo pretendido por um grupo de empresários, que o levariam para o próprio Milan em janeiro.

Estatísticas

Uma provável queda de Mário Sérgio levaria o clube a utilizar um quinto treinador na temporada, mas o que impressiona é que o Furacão já utilizou 42 jogadores na temporada 2003. Considerando-se apenas jogos oficiais e com o time principal.

Um “desfile” de jogadores

Uma provável queda de Mário Sérgio levaria o clube a utilizar um quinto treinador na temporada, mas o que impressiona é que o Furacão já utilizou 42 jogadores na temporada 2003, considerando-se apenas jogos oficiais e com o time principal. Quem mais atuou foi o goleiro Diego, que também é o mais vazado, com 57 gols sofridos. Quem mais marcou foi o atacante Ilan, com 19, e quem menos pisou no gramado foram o zagueiro Rodrigo Gomes, os volantes Pires e Édson Grilo e os atacantes Lê, Ânderson Gomes e Lobatón, apenas uma vez cada um.

Apesar de tanta gente vestindo a camisa vermelha e preta no ano, até agora somente em uma oportunidade a escalação foi repetida. Foi na segunda rodada do campeonato brasileiro, quando o time, então dirigido por Osvaldo Alvarez, teve Diego; Alessandro, Ígor, Rogério Correia e Ivan; Leomar, Rodriguinho, Fabrício e Adriano; Ilan e Dagoberto. Mesmo assim, o time apanhou do Paraná Clube por 3 a 0. Curiosamente, houve essa repetição porque Cocito, que voltaria ao time nessa partida, foi negociado e garantiu, pelo menos nessa vez, uma repetição de escalação.

Seria falta de qualidade? Ninguém admite, mas o certo é que a cada comando técnico, alguns jogadores passavam a ser “preferidos”, que tinham mais oportunidade com o chefe, segundo análise das escalações. O meia William tinha um lugar cativo com Heriberto da Cunha, mas quando este foi trocado por Vadão, perdeu as chances e foi emprestado para o Figueirense. Já Vadão endossou a contratação e prestigiou os veteranos Leomar e Capone, além dos meias Rodriguinho e Luciano Santos e o atacante Ricardinho, o “rei do drible”.

Com a chegada de Mário Sérgio, os “velhinhos” Capone e Leomar foram dispensados e os “baixinhos”, como Jádson, não tiveram mais oportunidades, apesar dos apelos dos torcedores. Em compensação, Juliano ganhou status de titular. Ao mesmo tempo, algumas contratações, como Nélio, Lê e o húngaro Roland Tüske poucas ou nenhuma chance tiveram, independente de quem estivesse no comando.

Negócios

Além do revezamento na equipe titular, o Atlético apostou na transação de jogadores com o Brasil e exterior. Para fora, foram os atacantes Kléber, Alex Mineiro (este já retornou), Jadílson e Lobatón; os meias Donizete Amorim, Luís Henrique e Kléberson, além do lateral-esquerdo Jean.

continua após a publicidade

continua após a publicidade