Mário Sérgio prepara o Atlético 2004

“A crítica não me intimida. Se alguém acha que estou inventando é porque não sabe exatamente o que vejo, pois conheço muito bem o grupo que tenho à disposição.” Com essa frase, o técnico Mário Sérgio explicou exatamente o que pensa a respeito dos críticos, revelando ainda a forma como trabalha.

Para Mário Sérgio, tudo que ele queria para o Atlético em relação ao brasileiro de 2003 foi conquistado quando a equipe alcançou uma pontuação que o livrou do rebaixamento.

“Assumi o time num momento crítico e não havia tempo para nada. Tive que resgatar a auto-estima do elenco, que passava por um período de muita dificuldade”, explicou o treinador, lembrando ainda que, através de seu trabalho, conseguiu o que parecia impossível, como vencer dois clássicos (contra Paraná e Coritiba), levou a equipe a vencer fora e ainda iniciou um trabalho de preparação de uma nova geração que vai ser a base do time de 2004.

“A partir do momento que o Atlético se livrou das últimas posições, partimos para um novo momento. É por isso que escolho e escalo jogadores que os comentaristas não compreendem. E nem poderiam, pois não vivem o dia-a-dia do clube”, atacou o treinador.

Foi a partir desse momento que ele começou a fazer as experiências. “Preciso dessas experiências para saber até onde posso contar com um jogador”, argumenta o comandante rubro-negro.

Pré-temporada

Mário parece mesmo preocupado é com o próximo ano. Mais precisamente com a mudança no número de clubes que irão disputar o Brasileirão 2005. “Já avisei quem de direito que no próximo ano vão cair quatro clubes”, relata o treinador, que dá sua receita para evitar ver o time sofrer um revés tão grande no próximo ano: “Já falei com o Mário Petraglia: não abro mão de uma pré-temporada de 15 dias.”

Nesse período, ele já revelou que vai colocar seus comandados para treinar em três períodos, adianta que não será um início de ano de bons resultados, mas garante que a equipe vai ter gás para todo o ano.

Reforços

Mário Sérgio desconversa quando o assunto é dispensa. “Não existe esse negócio de lista de dispensa.” Mas já definiu que o time vai precisar de dez reforços, pois seu grupo vai ter apenas como base o elenco de 2003. “Vou trabalhar com um grupo de 30 profissionais – três goleiros e 27 jogadores de linha”, pondera Mário.

Entre os que estão hoje no elenco atleticano, ele destaca os atacantes. “O time está bem servido, com Ilan, Dagoberto, Alex Mineiro e Jádson. Além disso temos o Adriano”, explicou o treinador, indiferente à situação do atleta, que precisa ver renovado seu contrato para que possa permanecer no time da Arena.

Mas para quem fica, Mário deixa um recado: “A reapresentação foi marcada para o dia 2. Vamos dispensar o elenco logo após o jogo contra o Paysandu. Mas quem chegar atrasado, vai ser multado e cortado do elenco que participará da pré-temporada”. A linha parece que será mais dura no próximo ano.

Onze problemas para Mário Sérgio resolver

Uma dor-de-cabeça para acertar as laterais e o meio-de-campo. Esse será o problema que o técnico Mário Sérgio vai começar a resolver a partir das 10h de hoje, no CT do Caju, quando o elenco atleticano se reapresenta para a última semana de treinamentos.

A equipe, que já não podia contar com Dagoberto e Fernandinho (servindo à seleção brasileira sub-20 que está disputando o mundial da categoria, nos Emirados Árabes); Ilan, Ivan, Igor e Douglas Silva, perdeu ainda Alessandro, Luciano Santos, Alan Bahia e Ricardinho (que receberam o terceiro amarelo contra o Vasco), além de Rogério Correia (expulso no sábado).

Ao todo, são onze as ausências do time que vai a Belém, enfrentar o Paysandu, na última rodada do Brasileirão 2003, no domingo. Mário vai utilizar este início de semana para observar. “Vou ver o pessoal que tenho em disponibilidade dentro do elenco B (a equipe que está disputando a Copa Sesquicentenário)”, revelou o treinador, para quem os problemas se resumem ao meio-campo e laterais. “Não preciso me preocupar com a zaga (Alessandro Lopes, Daniel e Tiago Vieira são as opções) nem com a armação (Adriano, Jádson e Fabrício) ou o ataque (Alex Mineiro e Jádson ou Fabrício). Minha deficiência é em suprir as ausências dos volantes e dos laterais”, explicou o comandante atleticano.

Com tantas ausências e poucas peças de reposição, o único nome que tem retorno garantido é o meia Rodriguinho. E ele pode tanto suprir a ausência de Alan Bahia, como substituir ao lateral Alessandro.

Outra opção para fechar o setor de contenção do meio-campo seria a utilização do volante Alan Franco, que serve ao time B. Mas isso Mário vai definir ao longo da semana.

Em busca de um paraíso na altitude mexicana

O diretor de relações internacionais, Alexandre Rocha Loures, e o coordenador de futebol profissional do Atlético, Luiz Fernando Cordeiro, embarcam na manhã de hoje para o México. A dupla terá uma missão difícil na terra dos astecas: encontrar uma cidade de pequeno porte, na altitude, que tenha um bom hotel com campos de futebol, centro de capacitação física e infra-estrutura para receber os 30 jogadores que o técnico Mário Sérgio e sua comissão técnica vão precisar para fazer a pré-temporada em solo mexicano.

Segundo a assessoria de imprensa do clube, o responsável por encontrar o local será Rocha Loures, um profissional de marketing que tem bons contatos no exterior – foi através dele que a equipe fez o amistoso contra o Monterey, em Dallas, no mês de setembro.

Já Cordeiro, vai bater o martelo em relação ao local escolhido, pois tem os detalhes daquilo que o elenco vai precisar durante o período que vai passar no interior do México.

A exigência pela altitude se explica pela vantagem fisiológica – atletas de alto rendimento que treinam com menor quantidade de oxigênio, rendem mais quando jogam no nível do mar ou em altitude média (é o caso de Curitiba) ou baixa (interior do Paraná).

Caso a dupla encontre esse “paraíso”, o Atlético fará 15 dias de preparação no exterior – tempo considerado ideal pelo técnico Mário Sérgio para dar “gás” a sua equipe.

Mas se Loures e Cordeiro não encontrarem o local, o plano B seria uma pré-temporada na agitada cidade de Balneário Camboriú. A última alternativa, seria um período de treinos em São Bento do Sul.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo