O técnico Mário Sérgio garante não ter a pretensão de ser o Rinus Michels do futebol atual, mas abre um sorriso quando tem sua equipe comparada com o carrossel holandês, a laranja mecânica ou simplesmente a lendária seleção holandesa de 1974. Com um jogo moderno e eficiente, que empolga a torcida rubro-negra na Arena, o treinador tem mudado a forma dos jogadores atuarem, quase sempre girando no campo e, em mais de uma posição. Melhor do que isso é ter a aprovação dos próprios pupilos, que o apontam como um dos mais inovadores profissionais.
“O Rinus Michels foi um treinador inquestionável, um homem que fez história no futebol mundial. Eu não, eu estou aqui tentando usar os jogadores que eu tenho da melhor forma possível”, diz Mário Sérgio. Para ele, até agora, na temporada 2004, o time vem alcançando os resultados desejados. “Nós temos conseguido sucesso, não quer dizer que a gente vai conseguir sempre”, pondera. O segredo do carrossel atleticano, para ele, é a rotação dentro de campo. “O objetivo é esse. Nós temos uma referência no ataque, que é o Washington e quem joga mais fixo. Os outros rodam porque têm liberdade e têm cobertura. Nós temos um mínimo de três lá atrás para que esses outros rodem à vontade”, explica.
De acordo com Mário Sérgio, o seu carrossel (que ele diz não ter nenhuma nomenclatura específica para batizá-lo) aconteceu ao acaso. “Não tem nome nenhum. Não posso nem dizer que foi uma coisa planejada. Foi acontecendo aos poucos, eu fui conhecendo melhor os jogadores no ano passado e, esse ano, eu pude testar e executar”, revela. Para ele, como os adversários não conheciam o Atlético as coisa foram acontecendo de uma ótima maneira. “A partir de agora, a gente sabe que as dificuldades vão ser maiores, mas nós temos que insistir nessa proposta”, ressalta.
Os jogadores estão assinando embaixo. O meia William aponta esquema rubro-negro como um dos mais inovadores do futebol brasileiro. “É difícil fazer uma comparação com outras equipes, mas está havendo uma movimentação muito grande entre os atletas e fica difícil para o adversário marcar”, destaca o jogador. O jogador aponta Mário Sérgio como o principal artífice desse carrossel. “Esse esquema não é uma coisa normal do futebol brasileiro, está começando agora e está dando certo. A equipe tem colhido bons frutos dentro de campo e, mesmo nas dificuldades, a nossa equipe tem feito com que essas dificuldades sejam superadas com mais facilidade”, analisa o meia.
Já o volante/zagueiro Ramalho vai mais longe e sugere Mário Sérgio para a seleção brasileira. “Ele tem esse estilo de treinador europeu e por isso eu acho que ele é um dos melhores treinadores, não só do Brasil, como do mundo. Ele tem tudo para chegar na seleção brasileira porque é muito inteligente”, enaltece.
Três novidades no time para se manter invicto
O técnico Mário Sérgio definiu ontem o time do Atlético para enfrentar o Iraty, às 15h30 de amanhã, na Arena, pela terceira rodada da segunda fase do campeonato brasileiro. As principais novidades são a volta do atacante Ilan e as novas chances que o lateral-esquerdo Ivan e o meia Fabrício ganham na equipe. Com a possibilidade de uma classificação antecipada, o pensamento no Rubro-Negro é manter a escrita e continuar ganhando em casa, com todo o respeito ao adversário e sem atropelos.
“A gente trabalha dentro de uma calma muito grande e as coisas acontecem com naturalidade e não tem porque você ficar forçando uma situação de cobrança. Todos os jogadores são homens e sabem que têm que ganhar o jogo”, aponta o treinador do Furacão. Com uma vitória e empate nos outros jogos do grupo C, o Atlético garante a passagem para a semifinal. “O jogo é em casa, o Iraty é um adversário difícil, mas a obrigação de vitória é nossa”, destaca.
Para Mário Sérgio, o fato de ter enfrentado o Azulão há pouco tempo não dá nenhuma vantagem ao seu time. “Porque o adversário nos conhece assim como nós também os conhecemos. Então, vai depender do dia. O futebol é um jogo que depende muito de sorte e, naquele dia, o Iraty jogou bem e poderia ter empatado o jogo numa grande defesa de Cléber”, explica.
Esse respeito pedido pelo treinador já contagiou os jogadores. “Nós estamos tranquilos, o jogo é em casa, com o apoio da nossa torcida e é um jogo onde a gente já possa garantir a nossa classificação para a semifinal. Então, a gente tem que entrar com a mesma determinação que estamos entrando em todos os jogos”, diz o zagueiro Alessandro Lopes. O volante Alan Bahia também espera o apoio das arquibancadas nesse momento decisivo. “Vamos procurar lutar em cada momento porque sabemos que a torcida vai estar nos incentivando e vamos em busca do resultado”, analisa.
Time
Como já era esperado, o treinador trabalhou durante todo o período de ontem à tarde, na Arena, com Fabrício no meio. O jogador irá substituir Jádson, que cumprirá suspensão automática. Na ala-esquerda, Ivan entra pela primeira vez como titular já que Marcão foi expulso contra o Roma. No ataque, Ilan retoma a sua posição para a saída de Ígor, deixando assim o time mais criativo e ofensivo.
Iraty com vontade de pregar mais uma peça
Na última vez em que jogou na capital, o Iraty surpreendeu e saboreou vitória sobre o Coritiba, por 2 x 1, na abertura do campeonato paranaense. Amanhã, o Azulão volta a Curitiba, para pegar o Atlético, às 15h30, na Arena da Baixada, O plano é ser zebra de novo.
Um dos trunfos do Iraty é o lateral-direito Cláudio, artilheiro do time no estadual, com cinco gols. Mas o ala corre risco de não atuar em conseqüência de um estiramento muscular. Por isso, Renaldo prepara-se para vestir a camisa 2.
Frente ao líder do grupo D, o Azulão terá a volta do zagueiro Sandro e do meia André Luís, que cumpriram suspensão. O desfalque já confirmado é do volante Russo, que recebeu terceiro cartão amarelo. Na classificação, o Iraty é o segundo colocado, com quatro pontos. O Atlético tem seis.
