Mário Sérgio assume o comando do Atlético

O Atlético deu o pontapé inicial na tentativa de se reerguer no Brasileirão e terminar o ano de forma mais digna. O responsável por tentar salvar o time da queda para a 2.ª divisão, fato que inclusive é admitido sem constrangimento pela alta cúpula rubro-negra, foi apresentado ontem.

O experiente e controverso Mário Sérgio Pontes de Paiva, 53 anos, concedeu sua primeira entrevista e demonstrou felicidade em voltar a trabalhar no Furacão e otimismo ao encarar tamanho desafio. Serão dezenove rodadas para ele conseguir encorpar um grupo jovem e com o índice de pior ataque do campeonato.

Num tom descontraído, o treinador disse que fará tudo que estiver ao seu alcance para que o Atlético mantenha-se na elite do futebol nacional e, quem sabe, brigar por vagas nas competições sul-americanas.

Mas ressaltou que não está sozinho nessa empreitada e que vai precisar do apoio de sua comissão – citou explicitamente o Moraci Sant’Anna, que também foi apresentado ontem como novo preparador físico do time paranaense -, do empenho de seus jogadores e da força do torcedor.

Porém, em poucas palavras, demonstrou como é o seu jeito paizão de comandar. Quando perguntado se o time é fraco e precisa de contratações, respondeu: “Eu não posso ser irresponsável ao ponto de chegar aqui e falar que o time é ruim e que a diretoria não me deu reforços. Jamais vocês ouvirão isso de mim. Meu time sempre será o melhor e, se a coisa não anda bem, a responsabilidade será sempre minha”.

Paraná-Online – Como é o desafio de comandar o Atlético nessa situação?

Mário Sérgio – Sempre peguei coisas difíceis desde que me conheço por gente. As coisas nunca foram fáceis pra mim. Agora conto com uma estrutura excepcional, que já existia em minha época e que agora está melhor. E conto com Moraci Sant’Anna (risos).

Paraná-Online – Qual o planejamento daqui em diante?

MS – Quero fazer bom trabalho. E construir alguma coisa. No Figueirense (último clube de Mário Sérgio) não ganhei nada, fui vice-campeão da Copa do Brasil. Mas o clube vendeu 12 jogadores e isso me deixa satisfeito.

Paraná-Online – Tirar time de situação difícil é especialidade?

MS – Espero que dê sorte. Em 2003, a situação era idêntica. Havia mobilização grande com a intenção de tirar o Atlético daquela situação que era horrível, como é hoje. Saímos e com folga. Então espero que isso se repita agora.

Paraná-Online – E sobre contratações?

MS – Não me envolvo com contratação. Porque você vai e contrata. Depois vai embora e a herança maldita fica com o clube. Acho que isso não é justo. Óbvio que no momento da contratação eu posso dizer sim ou não. Agora eu escolher jogador e mandar o clube ir atrás, de forma alguma (…) Há todo um processo pelo qual o treinador tem responsabilidade.

Paraná-Online – Pouco tempo para enfrentar o Ipatinga. O que fazer para ajeitar a equipe?

MS – Não vou dar fórmulas mágicas. Antecipadamente o que posso falar é que vou fazer o possível e o impossível para que eles captem alguma coisa em termos táticos do que eu gosto. Temos no Atlético uma estrutura muito boa para passar teorias para os jogadores, mesmo que não sejam (demonstradas) no campo. O jogador com um grau de inteligência razoável capta com facilidade.

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