Mário Sérgio assume o Atlético para arrumar a casa

Sem promessa de títulos, mas com o compromisso de formar uma base vencedora a longo prazo. Tudo afinado com a proposta da direção do clube, de renovar o elenco e apostar nas categorias de base. Esta foram as palavras mais marcantes do novo técnico do Atlético, Mário Sérgio Pontes de Paiva, contratado e apresentado ontem no CT do Caju. O profissional chega ao Rubro-Negro com uma comissão técnica própria para substituir a equipe que estava trabalhando com Osvaldo Alvarez, demitido após a derrota do time para o Vasco da Gama, no domingo.

“A proposta, que foi feita, foi de fazer um trabalho de recuperação da equipe e fazer um time muito forte para o ano que vem”, disse na entrevista coletiva de apresentação oficial. Para o novo treinador atleticano, o objetivo inicial é livrar o time do fantasma do rebaixamento. “Estamos a quatro pontos do penúltimo, que é uma situação incômoda”, aponta. Junto com Mário Sérgio, chegam o auxiliar técnico Eudes Pedro dos Santos, o preparador físico Flávio de Oliveira e o preparador de goleiro Chiquinho Cersósimo.

Para tirar o time desse atoleiro em que se enfiou, o treinador começa a trabalhar hoje na Arena da Baixada onde vai armar a equipe para enfrentar o Paraná Clube amanhã. “Agora, eu tenho mais que ouvir do que falar para me inteirar do que está acontecendo e depois começar a atacar os pontos que eu achar necessário”, diz. Isso quer dizer que algumas mudanças devem acontecer na equipe, mas nada radical em princípio.

Para alcançar esses objetivos, o treinador espera usar o bom respaldo que tem na torcida rubro-negra e usá-lo a seu favor. “Eu não abro mão da torcida. A torcida comparece, vai para o pau e sempre me respeitou”, destaca. Para ele, nessa hora, a arquibancada também deve fazer a sua parte para ajudar o time a subir novamente na tabela. Mário deu o exemplo dos palmeirenses, que passaram a lotar o Parque Antarctica depois da queda para a Série B. “Eu não quero que a torcida espere cair para a segundona para incentivar o time.”

O carioca de 53 anos chega pela segunda vez ao Atlético. Na primeira vez, em 2001, Mário Sérgio comandou o time numa pré-temporada de 40 dias e iniciou o trabalho que culminou no título de campeão brasileiro. Na época, saiu atritado com alguns jogadores e disparando contra os notívagos. “Ou o Atlético acaba com a noite ou a noite acaba com o Atlético”, disse após dirigir a equipe em dez jogos (sendo quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas). Agora, mais tranqüilo, o treinador aposta no profissionalismo dos atletas. “Isso é tão óbvio, que nem vale a pena discutir. O jogador tem um compromisso com a imagem dele e com a produção em campo”, finaliza. O contrato da nova comissão técnica vai até o final do ano que vem.

Antônio Lopes pode voltar

Não é só na comissão técnica do Atlético que o presidente Mário Celso Petraglia resolveu mexer. Cansado com os maus resultados e a displicência do time em campo contra adversários fracos, o dirigente resolveu ir mais fundo e sobrou até para o diretor de futebol e para o capitão do time. Com isso, Alberto Maculan, que acumulava o cargo de diretor-superintendente, deixa a função no campo e passará a comandar o processo de modernização do Centro de Treinamentos Alfredo Gotardi (CT do Caju). O nome mais cotado para assumir o cargo é do ex-treinador do próprio Rubro-Negro, Antônio Lopes. Na equipe, Leomar foi dispensado e outros jogadores também estão com a cabeça a prêmio e poderão pegar a mesma barca.

Após acumular funções administrativas e de campo, Maculan, que é homem de confiança de Petraglia, irá cuidar pessoalmente das reformas que o CT passará. As principais delas são a construção de uma piscina aquecida, um ginásio de esportes e mais campos de treinamento para suprir a demanda do próprio time e de delegações estrangeiras, que usam os serviços oferecidos pelo Rubro-Negro. No entanto, Maculan se mantém na função de diretor-superintendente.

A tendência é de que o novo dirigente de campo seja anunciado nos próximos dias. Alguns nomes da diretoria atleticana acreditam que o nome mais forte para fazer a ponte entre Petraglia e jogadores é o de Lopes. Após a partida contra o Vasco, o presidente atleticano permaneceu no Rio de Janeiro para tratar do assunto.

Outra mudança no clube será o distanciamento de Curitiba na preparação para as partidas contra o Grêmio e contra o Atlético-MG. A delegação embarca para Porto Alegre na sexta-feira pela manhã. Treina à tarde e no sábado para enfrentar o Grêmio no domingo, embarcando para Canela onde irá fazer uma inter-temporada de preparação para a partida contra o Galo. Somente após a partida em Belo Horizonte (dia 16 de agosto) a delegação atleticana volta para Curitiba.

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