O presidente da CBF, José Maria Marin, deverá anunciar nesta quinta-feira o nome do novo homem forte da seleção brasileira nos próximos anos. Não se trata ainda do treinador que substituirá Luiz Felipe Scolari. O cargo de coordenador técnico, que era de Carlos Alberto Parreira, possivelmente terá outra denominação e outra abrangência.
Até a tarde desta quarta-feira, o ex-jogador Leonardo estava bem cotado para assumir essa função. A ideia inicial de Marin e de Marco Polo Del Nero, que vai assumir a presidência da CBF em abril do ano que vem, era criar o cargo de diretor técnico ou de CEO, executivo que estaria abaixo apenas do presidente na hierarquia da entidade.
Essa figura, a princípio, não teria ingerência na convocação dos jogadores, mas atuaria na coordenação do futebol, incluindo todas as categorias de base da seleção. O cargo é comum em clubes de ponta da Europa. E Leonardo já desempenhou uma função parecida no Paris Saint-Germain e no Milan.
O cenário descrito acima estava desenhado por Marin e Del Nero, mas não era definitivo. Eles também discutiram a possibilidade de alçar Alexandre Gallo à posição de técnico interino para pelo menos dois dos quatro amistosos que a seleção brasileira disputará até o fim do ano.
O Brasil fará em setembro dois jogos nos Estados Unidos: contra a Colômbia, no dia 5, em Miami, e diante do Equador, no dia 9, em Nova Jersey. E a convocação de jogadores que atuam fora do Brasil tem de ser feita por volta de 20 de agosto.
Gallo trabalhou na Copa do Mundo como observador de Felipão. Atualmente, é o treinador da seleção Sub-20 e também o coordenador das categorias de base da CBF. Se a cúpula da entidade optar realmente pelo ex-volante, vai ganhar algum tempo para fechar a contratação do técnico definitivo.
A possibilidade de contratar um estrangeiro para o lugar de Felipão continua em segundo plano. Marin e Del Nero podem até abrir mão de alguns de seus conceitos, mas eles resistem à ideia porque querem ter total controle sobre o novo treinador. Isso seria um pouco difícil de acontecer caso eles contratassem um nome de muito prestígio, como Pep Guardiola, Jürgen Klinsmann ou José Mourinho, por exemplo.
Na entrevista coletiva desta quinta-feira, Marin também deverá anunciar alguns nomes para preencher as vagas abertas na comissão técnica. Além de Felipão e de Parreira, deixaram a CBF o auxiliar técnico Flávio Murtosa, o preparador físico Paulo Paixão e o diretor de comunicações da entidade, Rodrigo Paiva. O responsável pela equipe médica, José Luiz Runco, também deixou a confederação, mas ele não tinha vínculo empregatício.
Nesta quarta-feira, outro a se desligar da entidade foi o jornalista Victor Rios, que havia oito anos trabalhava na assessoria de imprensa e era o segundo na hierarquia da comunicação, abaixo de Rodrigo Paiva.
“Hoje (quarta-feira) encerro uma etapa da minha vida que começou há oito anos. Foram anos de muitas vitórias, trabalho, suor, dedicação e orgulho. Tenho certeza de que deixo uma história bonita marcada na minha carreira e mais certeza ainda de que o melhor está por vir”, escreveu Victor Rios, em uma rede social.