São Paulo – Os objetivos traçados para a carreira de Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da São Silvestre (2003 e 2005) começam de ?trás para frente?. Quer conseguir índice entre os brasileiros para correr a maratona na Olimpíada de Pequim, em 2008, e com chance de ganhar uma medalha. No meio, disputa o Pan-Americano do Rio, em 2007, mas em pista correrá os 10 km (talvez os 5 km) para ganhar ouro e bater o recorde brasileiro. Para este ano, a meta é baixar seu melhor tempo na maratona, de 2h08min48 (2004), em Chicago (o recorde brasileiro é de Ronaldo da Costa, desde 1998, com 2h06min05).

continua após a publicidade

?Após o 10.º lugar na Maratona do Mundial de Helsinque, em 2005, tenho convites para outras provas?, disse Marilson, convidado para correr em Londres, Paris e Roterdã. Fará duas vezes os 42,195 km na temporada, a primeira delas no dia 11 de abril, em Paris.

Com apenas três maratonas no currículo, Marilson ainda precisa ganhar experiência. Pode ser o coelho, em março, de uma prova em Lake Biwa, no Japão. ?Ele aprenderia a correr três quilômetros em um minuto, a puxar a prova, ditando o ritmo?, explica o técnico Adauto Domingues. ?No Pan do Rio, com calor, deve priorizar os 10 mil em pista.? Em São Domingos, em 2003, Marilson levou a medalha de bronze nos 5 km e prata nos 10 km.

Nesta quinta-feira, em São Paulo, Marilson, de 28 anos, ganhou uma barra de ouro de um quilo (cerca de R$ 40 mil), de seu clube, a BM&F Atletismo, dinheiro que o brasiliense vai poupar. Aos 12 anos, quando foi descoberto por Albenes Franco de Souza, correndo nas ruas de Ceilândia, não poderia imaginar um dia viver do atletismo.

continua após a publicidade

Quando veio para São Paulo, aos 15 anos, achava que nunca correria tão rápido quanto os fundistas que disputavam as competições principais da época, o que conseguiu após um trabalho que ?requer paciência, respeito às fases e limites dos atletas?, segundo Adauto. A BM&F investirá R$ 2,6 milhões no atletismo em 2006.