O brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna está a apenas dois jogos de conquistar o título da Eurocopa. Classificado para as semifinais, quando a Espanha enfrentará a Rússia na quinta-feira, ele vive um momento especial na carreira.
Ex-jogador do Corinthians, o volante Marcos Senna virou titular do meio-de-campo da seleção espanhola na Eurocopa. E espera não deixar escapar a chance de ser campeão europeu, como revelou nesta entrevista para a Agência Estado.
Agência Estado – Você está sendo muito assediado?
Marcos Senna – Bastante. É um momento especial. Estou aproveitando. Muita gente gostaria de passar por isso. Estou feliz.
AE – A Espanha tem o rótulo de sempre "amarelar" na hora de decidir. Chegou o momento de acabar com isso?
Marcos Senna – Acontece porque sempre entramos como favoritos. Mas não existe isso de tremer. Falta um pouco de sorte. Mas agora estamos confiantes, temos um grupo fantástico. Vai ser diferente.
AE – Então vocês são favoritos ao título?
Marcos Senna – É difícil dizer. A Rússia cresceu muito. A Alemanha sempre é muito forte. A Turquia talvez seja o azarão. Se tratando de semifinal tudo pode acontecer, mas vejo a Alemanha em vantagem pela maneira com que passou por Portugal e também por sua tradição em finais.
AE – Na primeira fase, vocês fizeram 4 a 1 na Rússia. Foi uma ilusão?
Marcos Senna – A Rússia está muito bem agora, ganharam moral. É outro time que vamos enfrentar. Não será fácil. Claro que seria bom repetir o que fizemos.
AE – O grupo está ciente disso?
Marcos Senna – O treinador (Luis Aragonés) já conversou com o grupo hoje (segunda-feira) sobre o assunto e ainda irá repetir isso amanhã (terça) e na quarta. Nós estamos conscientes do que vamos enfrentar. Não será fácil.
AE – Vocês se sentem pressionados?
Marcos Senna – Não. Estamos tranqüilos. Claro que existe uma euforia da torcida, da imprensa espanhola. Mas não podemos dar atenção.
AE – Você parece ser o líder deste time?
Marcos Senna – Sempre fui muito respeitado, nunca sofri preconceito nenhum aqui. Agora o respeito é ainda maior porque conquistei isso jogando bola. Temos outros jogadores importantes, que são líderes, como o Casillas, mas hoje sou um dos mais velhos (31 anos) da seleção.
AE – Imaginou algum dia estar próximo de uma final da Eurocopa?
Marcos Senna – Quando aceitei me naturalizar espanhol era pelo sonho de disputar uma Copa. Realizei (em 2006) e sabia que o próximo passo seria jogar uma Euro. Agora quero chegar mais longe.
AE – Você se arrepende da troca (Brasil por Espanha)?
Marcos Senna – Não, porque quando tomei minha decisão tinha pouca chance no Brasil. Talvez hoje, com o Dunga, fosse diferente.