O Atlético deverá anunciar nos próximos dias o seu novo diretor esportivo, que será o encarregado de comandar todo o futebol, da comissão técnica e elenco principal até as categorias de formação. Trata-se de Marcos Moura Teixeira, que era coordenador técnico de Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid e chega para colocar ordem na casa. Desde a saída de Valmor Zimmermann, após a conquista do Brasileiro de 2001, o Rubro-Negro teve apenas Alberto Maculan, acumulando a função, mas que, aos poucos, foi se afastando para cuidar da parte administrativa e conclusão do CT do Caju.
No sábado, o presidente do conselho deliberativo, Mário Celso Petraglia, revelou que este nome estava sendo procurado há muito tempo, mas que ninguém estava se encaixando no perfil. Esperava-se, dentro do clube, que esse novo dirigente já fosse anunciado na entrevista coletiva para acalmar os ânimos da torcida. Não foi. No entanto, ao contrário das palavras de Petraglia, o novo diretor esportivo deverá se apresentar nos próximos dias no CT e iniciar seu trabalho. Ainda não há uma data definida e ele deverá participar já da programação de recesso para a Copa do Mundo, o que inclui alguns dias de folga para os jogadores.
Formado em Educação Física pela UFMG, Marcos Moura Teixeira ganhou notoriedade por ser primo de Ricardo Teixeira, presidente da CBF. Com o parente na entidade, foi ganhando espaço na seleção e foi campeão mundial em 1994 como auxiliar na preparação física. Depois disso, foi figura participante das várias comissões técnicas do selecionado, sem uma função muito bem definida, mas com cargo de confiança de Ricardo Teixeira. Ao primo, relatava o que se passava nos bastidores da seleção.
Com Luxemburgo, Marcos Moura Teixeira passou a ser coordenador de futebol nos tempos de Cruzeiro. O treinador achava que ele tinha esse perfil e estimulou o amigo. Depois do clube mineiro, eles foram para Santos e Real Madrid. Cruzeirense fanático, Teixeira será subordinado somente a Petraglia e ao presidente João Augusto Fleury da Rocha. No CT do Caju, terá ascendência sobre o elenco principal e categorias de base e trabalhará com a colaboração da direção técnica, que tem Antônio Carlos Gomes e Oscar Erichsen.
Fabrício pode ser titular
O meia Fabrício deverá ser a grande novidade do Atlético para a partida de amanhã contra o Cruzeiro, além de Jancarlos, que volta após cumprir suspensão. Pelo menos foi assim que o técnico Givanildo de Oliveira começou o coletivo de ontem no CT do Caju. O time, no entanto, ainda não está definido. O lateral-esquerdo Ivan torceu o tornozelo direito no trabalho e virou dúvida. O treinador ainda pode mudar o esquema tático e passar para o 4-4-2, com a entrada de Dênis Marques no lugar de Paulo André.
Após a vitória de sábado contra o Juventude por 1 a 0, o elenco trabalhou no domingo e repetiu a dose ontem. No coletivo apronto, o treinador iniciou no 3-5-2 e só modificou a meia e a ala direita. Depois de boas atuações entrando no segundo tempo nos últimos jogos, Fabrício parece ganhar a condição de titular. Ele pediu ao treinador para disputar uma posição na meia e está conquistando um lugar ao sol. Quem perde é Evandro, que treinou entre os reservas. A outra mudança já era esperada, com a volta de Jancarlos ao time. Para tanto, Carlos Alberto fica no banco.
A definição da equipe só sai hoje. Giva vai saber se poderá contar com o lateral Ivan. Se não jogar, Moreno entra na equipe. Para a reserva, o treinador ainda terá a volta do atacante Pedro Oldoni, recuperado de uma lesão.
União na mira do TJD
Carlos Simon
As denúncias de irregularidades no registro de jogadores do União Bandeirante devem ser levadas a julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). A bomba revelada no final da semana passada pelo Toledo Colônia Work pode determinar o rebaixamento e, por tabela, até o fim das atividades, do time de Bandeirantes.
O inquérito está nas mãos do procurador do TJD Alexandre Zolet, que substituiu Adão Laslowski em meio ao andamento do processo. O novo responsável tem até a semana que vem para formalizar denúncia contra o União. ?Pelo que Zolet já apurou, certamente o caso irá a julgamento?, disse o presidente do TJD, Bôrtolo Escorsim.
De acordo com a denúncia original do TCW, o União usou jogadores irregulares nos jogos contra Londrina, Roma e Adap, pelo estadual de 2006. O próprio encarregado do Departamento de Futebol Profissional da Federação Paranaense de Futebol, Rui de Barros, confirmou em memorando remetido ao TJD no dia 18 de maio que os atletas Eder Leandro Silva (Eder Dracena, goleiro) e Marcos Rogério Carreta (Carreta, meia) entraram em campo antes de seus pedidos de transferência serem protocolados pela Federação Paulista – onde atuavam até então. De acordo com o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o clube que utilizar atleta sem condição legal de jogo perde seis pontos e sofre multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil. Bastaria uma partida com atleta irregular para o União despencar de 14 para 8 pontos na classificação do Grupo B do estadual – como o Toledo, último colocado, ficou com 9, o time de Bandeirantes seria rebaixado para a Série Prata e o representante do Oeste voltaria à divisão principal.
Ontem, o diretor de futebol do União, Nelson Santos, negou que os jogadores do clube tenham atuado sem registro. Ele disse, entretanto, que não era o responsável pelas transferências e que iria averiguar a situação. Já o presidente de hon-ra Serafim Meneghel afirmou a interlocutores que se o União for rebaixado fechará definitivamente as portas do clube.