Marcos deixa o Paraná, com a sensação do dever cumprido

O goleiro Marcos está deixando o Paraná Clube. Aliviado com a permanência na primeira divisão do futebol brasileiro, o jogador confirmou ontem que não deverá mais vestir a camisa 1 do clube. “Creio que fechei meu ciclo aqui”, disse. A decisão foi apenas “amadurecida” ao longo da temporada, pois já havia sido tomada há um ano, quando renovou seu contrato por apenas uma temporada. Este acerto se encerra em dezembro e Marcos pretende buscar “novos horizontes”.

Há catorze anos no clube, o goleiro acredita que este é o momento de dar espaço para Neneca, Darci e Bader. “Não sei explicar ao certo essa sensação, mas não é fácil me imaginar em outro time. Afinal, tudo o que tenho hoje, devo ao Paraná”, afirmou. Marcos foi um dos responsáveis diretos pela permanência do Tricolor na Série A. Curiosamente, ele ficou bem distante da marca alcançada em 2000, quando foi o goleiro menos vazado da Copa João Havelange (considerando-se todos os módulos). “Posso dizer que nunca trabalhei tanto como neste Brasileirão”, confirma.

Foram 42 gols sofridos ao longo dos 25 jogos. Participou de todas as partidas e tem consciência de que o Paraná só não foi mais longe na competição devido à instabilidade apresentada nos jogos fora de casa. Em 13 partidas, obteve somente quatro pontos: uma vitória e um empate, contra 11 derrotas. Há equipes classificadas, como Atlético Mineiro e Fluminense que sofreram mais gols (43 e 46, respectivamente). Apesar de todo o “sufoco”, o Tricolor sofreu somente duas goleadas – para Atlético Mineiro (4×1) e Goiás (4×0).

Nos momentos críticos, Marcos fez defesas decisivas, como em Florianópolis, quando evitou o terceiro gol do Figueirense, frente a frente com o atacante adversário. “Não foi fácil, pois a necessidade nos obrigou a buscar uma postura mais ousada e o jeito foi resolver lá atrás”, lembrou. Marcos disse que a partir de janeiro “está desempregado” e que ainda não recebeu propostas de outras equipes. Sobre a possibilidade de rever esta posição, Marcos se mostrou céptico. “É hora de mudar e não vejo possibilidades de permanência no Paraná”. Marcos possui, hoje, um dos maiores salários do clube, o que já seria um obstáculo natural para a renovação do seu contrato.

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