O catarinense Márcio May ratificou ontem em São Francisco do Sul o tetracampeonato na 19.ª Volta de Santa Catarina, um dos eventos de longa distância mais tradicionais do ciclismo brasileiro. Apesar de toda a experiência, com 18 anos de "estrada", o ciclista da equipe Scott/ Marcondes César/ Fadenp/ São José dos Campos teve de superar a ansiedade nos 77,5 km da etapa final entre Joinville e São Francisco do Sul.

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"Estava ansioso. Sempre podemos acertar algo, como um buraco ou pedra. Mas estava atento a tudo e a equipe esteve o tempo todo junto comigo para que nada saísse errado", disse o novo tetracampeão, que teve uma grande recepção na chegada, com vários familiares, incluindo sua mulher, Luciane, sua filha Carolina e até mesmo o seu avô, Crescêncio Niehues, de 84 anos.

"Tinha muita gente. Foi uma grande emoção", destacou May, que classificou a vitória como a mais dura das quatro conquistadas. "Nos dois primeiros anos que eu ganhei, em 97 e 98, eu estava na Caloi, a nossa equipe era muito forte e não tinha muita briga por colocações. Fazíamos os três primeiros lugares. Depois, em 2002, herdei o título com a desclassificação do Evandro Portela e nem teve festa. Desta vez não. Foi duro, estavam vários rivais de alto nível e todos na cola", comentou.

Nesta última etapa, May fez uma prova tranqüila, pedalando no meio do pelotão, sempre "escoltado" pelos companheiros da Scott. "A equipe veio puxando o tempo todo e os gêmeos Morandi (Maurício e Fabrício), que têm um tamanho parecido com o meu, estavam junto para no caso de algum problema me emprestar a bicicleta. Mas deu tudo certo", contou o ciclista, que mora em Brusque.

Contra-relógio

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O tetracampeonato de Márcio começou a ser desenhado ainda no 2.º dia de disputas (quinta-feira, dia 1.º), quando subiu muito bem a temida Serra do Rio do Rastro e garantiu o 3.º lugar na etapa entre Braço do Norte e São Joaquim, que está a 1.360 metros de altitude e é considerada a cidade mais fria do Brasil. Com o resultado assumiu a vice-liderança do ranking. No dia seguinte assumiu a liderança com um novo 3.º lugar entre São Joaquim e Bom Retiro.

E no domingo (dia 4) deu o passo decisivo, vencendo a prova de contra-relógio individual, com 24,2 km em Rio do Sul, abrindo nada menos que 1 minuto e 35 segundos sobre Pedro Nicácio. Essa diferença foi ampliada em mais 6 segundos com a 2.ª colocação na etapa entre Rio do Sul e Pomerode, no dia seguinte.

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Depois, foi só administrar o resultado. "A equipe ajudou muito e quero dedicar esse título aos meus fãs, que torceram muito, votaram na internet", comentou Márcio May.