Marcelo Veiga não é o cara. Após aceitar convite e definir bases salariais, o treinador cedeu às pressões de Marco Chedid – presidente do Bragantino – e descartou o Paraná Clube.
O presidente Aurival Correia evitou comentários mais profundos sobre o assunto, mas deixou claro que sob sua gestão, Veiga não mais será lembrado. Ainda ontem a diretoria retomou contatos à procura de um profissional para comandar o time até o final da Série B. Enquanto isso, Ageu Gonçalves comada interinamente o Tricolor, que amanhã encara o Vasco, às 21h, em São Januário.
A negativa de Marcelo Veiga deixou o Paraná numa tremenda “saia justa”. Com direito a alfinetadas de Chedid. “Disse pro Marcelo (Veiga), que para sair deveria ser para um time grande. Não o Paraná, que é o terceiro do futebol paranaense”, disparou o dirigente após a derrota de seu time para o Guarani, na terça à noite.
“O Bragantino é muito maior e vou bancar. Ele fica”, disse. Correia preferiu não polemizar, mas mandou recado. “O Chedid deveria cuidar de seu técnico, que a cada oportunidade nos ligava, se oferecendo”, rebateu.
Identificado com o Bragantino, onde conquistou a Série C de 2007 e trabalhou quase metade de sua vida como treinador, Marcelo Veiga seguirá no interior paulista.
Na estaca zero, a diretoria mudou o objetivo e tratou de confirmar a presença de Ageu Gonçalves no banco de reservas. A princípio no jogo contra o Vasco, mas podendo esse prazo ser estendido, diante da dificuldade de se encontrar “o técnico certo” para um período de apenas três meses.
Com o pleito eleitoral confirmado para novembro, o atual conselho diretor não quer abrir um vínculo mais extenso para a comissão técnica. Situação que torna inviável a vinda de um treinador de destaque na Série B. “Conceitualmente, não gosto de tentar acerto com alguém que está empregado. Quebramos o protocolo, mas acabamos ficando na mão”, admitiu Aurival Correia.
Esta nova realidade fez a diretoria abrir o leque e até admitir a possibilidade de acerto com nomes que recentemente haviam sido descartados, como Pintado, Luiz Carlos Barbieri e até mesmo Paulo Bonamigo.
“Estamos analisando cada situação. Mas, independente de qualquer coisa, temos agora que dar força e tranquilidade para o Ageu, que vai ser o nosso técnico diante do Vasco”, ponderou.
Na dinâmica do futebol, Correia não descarta até mesmo a efetivação do interino, dependendo da sequência de resultados. Após o Vasco, o Paraná já volta a campo na terça, quando recebe o Juventude de Ivo Wortmann, outro nome de ótimo conceito junto aos dirigentes paranistas.