Marcelo Melo vai tentar encerrar neste sábado, às 12h30 (de Brasília), um jejum de 50 anos sem títulos do Brasil em Wimbledon. Na final de duplas masculinas, o mineiro quer repetir a conquista de Maria Esther Bueno, última tenista do País a levantar o troféu na grama de Londres. Foi em 1966, na chave de duplas. Desde então, os brasileiros só brilharam nas chaves juvenis.
Marcelo Melo e o polonês Lukasz Kubot vão encarar na final o austríaco Oliver Marach e o croata Mate Pavic. Formando a dupla número 1 da temporada, são favoritos ao título. E não somente pela posição do ranking da ATP. Eles vêm embalados na curta temporada de grama, com os títulos em Hertogenbosch (Holanda) e Halle (Alemanha).
Além disso, cresceram ainda mais ao longo do Grand Slam britânico. Dos cinco jogos que venceram até a final, três foram em batalhas de cinco sets. A última delas, na semifinal, contra os cabeças de chave número 1, o finlandês Henri Kontinen e o australiano John Peers, campeões do Aberto da Austrália. “Ao longo destes jogos, mostramos que estamos muito bem, tanto na parte física como na mental, enfrentando cinco sets, partidas difíceis, muito equilibradas, exigindo foco e confiança”, disse Marcelo Melo, que já garantiu o retorno ao topo do ranking individual de duplas.
A próxima meta é levantar o troféu do torneio de tênis mais tradicional do mundo. “Falta mais um jogo para chegar ao sonho”, afirmou o brasileiro, que bateu na trave em 2013, quando foi vice-campeão em Londres. Se confirmar o favoritismo, Marcelo Melo vai faturar o segundo título de Grand Slam, pois em 2015 foi campeão de Roland Garros.
O título coroaria a grande temporada de Marcelo Melo e Lukasz Kubot e confirmaria a aposta do brasileiro ao mudar de parceiro no fim do ano passado. Após finalizar a dupla com o croata Ivan Dodig, com quem foi campeão em Paris, o mineiro apostou na regularidade de Kubot, que já era Top 10 e campeão no Aberto da Austrália.
A parceria precisou de seis torneios para engrenar. Eles sofreram derrotas em estreias e foram eliminados na segunda rodada do Rio Open, em fevereiro, para decepção da torcida. Marcelo Melo deu declarações que sugeriam insatisfação com o novo parceiro, o que logo ele desmentiu.
Mas, a partir do Masters 1000 de Indian Wells, nos Estados Unidos, a dupla emplacou uma sequência de três finais, com dois títulos. Decepcionaram em Roland Garros, porém reagiram na grama. Venceram os dois torneios preparatórios que disputaram e chegaram em alto nível em Wimbledon. Agora só falta uma vitória para a festa no templo do tênis mundial.