O Brasil poderá ter um número 1 no tênis ao fim de Roland Garros. O duplista Marcelo Melo poderá retomar o topo do ranking, que já ocupou pela primeira vez em 2015, se levantar novamente o troféu que conquistou naquele mesmo ano. Mesmo se não for campeão, poderá ascender ao primeiro lugar da lista de duplas dependendo do resultado dos rivais.

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“O retorno ao topo é uma consequência dos treinos e dos resultados”, disse Marcelo Melo ao jornal O Estado de S.Paulo, antes de garantir que “pensa jogo a jogo”, sem estar focado na liderança do ranking. Atual número 4 do mundo, o brasileiro conta com o bom momento da parceria com o polonês Lukasz Kubot para brilhar novamente em Roland Garros.

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A dupla vem de uma boa sequência nos torneios de nível Masters 1000, com quase três finais em sequência, depois de sofrer com resultados irregulares. No início do ano, o brasileiro deu declarações que indicaram até um possível fim precoce da dupla iniciada no começo deste ano. “Me interpretaram muito mal quando eu disse aquilo no início do ano”, afirmou Marcelo Melo.

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A estreia do brasileiro e de Kubot ocorre nesta quarta-feira, quando eles vão duelar com os franceses Julien Benneteau e Jeremy Chardy. Confira abaixo a entrevista com um dos favoritos ao título de duplas de Roland Garros:

Como está fisicamente depois de uma sequência considerável de torneios? E o Kubot?

Fisicamente, estamos muito bem. Tivemos uma boa semana de treinos e descanso para poder começar Roland Garros num físico total. Foi bom ter essa semana de intervalo, para interromper a série de jogos que fizemos entre Madri e Roma.

O retorno ao topo do ranking é uma meta para Roland Garros?

Eu acho que o principal de Roland Garros é começar muito bem, o primeiro e o segundo jogos são os mais importantes para pegar um bom ritmo. E acho que o retorno ao número 1 vem como consequência dos treinos e dos resultados. É importante ter a cabeça no jogo a jogo, que aí o topo vem até com um grande resultado em Roland Garros.

Você e o Kubot tiveram uma sequência irregular no início do ano. E agora quase emplacaram três finais seguidas. Como está o entrosamento com o parceiro? É a convivência extra-quadra que vem trazendo frutos dentro de quadra?

Nosso entrosamento vem muito bem. Acho que estamos naquele ponto que falei no início do ano. As pessoas interpretaram muito mal quando eu falei que precisávamos encontrar um balanço, o caminho da nossa parceria. E acho que foi isso o que conseguimos nos últimos torneios. Encontramos vários padrões de jogos para poder usar o melhor de cada um, especialmente em momentos difíceis. A boa convivência fora de quadra com certeza ajudou porque estamos sempre conversando para encontrar a melhor maneira possível de treinar para descobrir o que estávamos fazendo errado.

Você é o primeiro brasileiro a levantar um troféu em Roland Garros depois do Guga. As conquistas dele ainda deixam marcas neste Grand Slam?

Todo mundo sabe a importância do Guga em Roland Garros. Tanto que ele é muito reconhecido e reverencido pelos franceses. As vitórias dele ficaram muito marcadas aqui em Paris e a minha também, um pouco. Ele estava lá presente e foi numa final contra os irmãos Bryan, a melhor dupla da história. O Guga é realmente muito reconhecido e lembrado em Roland Garros.

Os tenistas brasileiros passaram a ser vistos de forma diferente em Roland Garros depois do Guga?

Os franceses associam muito bem os brasileiros ao Guga. Todo mundo sabe do carinho que o brasileiro tem por Roland Garros por causa dele. Quando reconhecem que a gente é brasileiro lá, a torcida grita o nome dele, torceram muito por ele. É gratificante ser reconhecido de uma maneira alegre e competitiva como o Guga.