O dia 10 de setembro de 2011 entrará para a história como o dia que o basquete masculino brasileiro renasceu. Nesta noite, em Mar del Plata, nem a péssima partida de Tiago Splitter e Guilherme Giovannoni e a ótima atuação dos pivôs adversários impediram que o Brasil vencesse a República Dominicana por 83 a 76, nas semifinais do Pré-Olímpico das Américas, e se classificasse para disputar uma Olimpíada pela primeira vez após 16 anos. Desde a geração de Oscar isso não acontecia.
O grande nome da classificação brasileira foi o ala Marcelinho Machado. Se seus arremessos precipitados muitas vezes prejudicaram o Brasil, desta vez a mão calibrada do flamenguista foi decisiva. Foram 20 pontos do cestinha da partida, que acertou cinco dos suas oito tentativas da linha dos três pontos. Este foi a quinta vez que Machado tentou levar o Brasil a uma Olimpíada. Finalmente conseguiu, e como herói. Assim como ele, praticamente todos os brasileiros desabaram no choro ao final do jogo.
Único jogador da NBA a defender o Brasil no Pré-Olímpico, Splitter ficou apenas onze minutos em quadra. Fez três pontos e levou três tocos. Giovannoni, responsável pela marcação de Al Horford, mais uma vez decepcionou, repetindo o seu desempenho na derrota para os dominicanos na primeira fase. Também só fez três pontos. Herói da vitória sobre a argentina e novo xodó do basquete brasileiro, Rafael Hettsheimer teve 14 pontos e oito rebotes em 21 minutos de quadra.
Marcelinho Huertas, principal jogador do basquete brasileiro, também esteve bem. Teve quatro erros, mas fez 19 pontos e deu sete assistências. Os dois pivôs da República Dominicana, Al Horford e Jack Martinez, foram responsáveis por 18 pontos cada um. Este último pegou 15 rebotes.
No domingo, o Brasil volta à quadra para a final do Pré-Olímpico. Logo mais, jogam Argentina e República Dominicana para decidir o último finalista e o segundo classificado a Londres.
O JOGO – Principal nome da vitória sobre Porto Rico, Tiago Splitter começou o jogo muito nervoso. Em pouco mais de três minutos, levou dois tocos que o desestabilizaram. Tanto que logo foi substituído por Rafael Hettsheimer. Depois de abrir cinco pontos (9 a 5), o time brasileiro permitiu a virada, recuperou a liderança do placar, mas não conseguiu mais conseguir folga, terminando o primeiro quarto empatado em 17 a 17.
O Brasil tinha muitos problemas embaixo do garrafão, dominado por Al Horford e Martinez. Quando Splitter voltou à quadra no lugar do apagado Guilherme Giovannoni, não precisou de mais de um minuto para fazer duas faltas, chegar a três pessoais, e ter que ser novamente substituído.
Mal o Brasil abria dois pontos de vantagem, a República Dominicana logo respondia. A maior folga em todo o segundo quarto foi exatamente nos últimos segundos, quando Marcelinho Machado, com a mão calibrada, acertou arremesso de três e deixou a seleção com 39 a 36 na saída para o intervalo.
No terceiro quarto, o Brasil ampliou sua vantagem, mas também foi carregando seus pivôs com muitas faltas sobre Martinez e Al Horford. Splitter mais uma vez mal entrou em quadra e logo teve que ser substituído – deu tempo só de fazer três pontos e tomar seu terceiro toco. A maior vantagem no placar mais uma vez veio no estouro do cronômetro, em 62 a 55.
Com menos de um minuto de jogo no último quarto, o Brasil já tinha seus quatro melhor jogadores altos pendurados com quatro faltas: Giovannoni, Splitter, Marquinhos e Hettsheimer. Isso obrigou Magnano a optar por uma formação mais leve, com Machado, Huertas, Alex e Marquinhos em quadra. Caio passou a ser o único pivô do time. Com esta formação, o time brasileiro ampliou para dez pontos a vantagem, em 72 a 62.
Mesmo perdendo Giovannoni e Hettsheimer com cinco faltas, o Brasil conseguiu manter a vantagem, principalmente graças ao ótimo último quarto de Huertas.