O combinado entre o presidente Andrés Sanchez, o meia Marcelinho Carioca e o departamento de marketing corintiano era que o jogador defenderia o time no Paulistão com a camisa 100. O técnico Mano Menezes, no entanto, vetou a ideia. Por isso, a solução encontrada para usar a imagem do ídolo no centenário do Corinthians foi transformá-lo em embaixador do clube. Ele jogará amistosos, como o do dia 13 de janeiro, contra o Huracán, e participará de eventos. Nada mais do que isso.
Mano Menezes convenceu Andrés Sanchez de que a presença de Marcelinho Carioca seria prejudicial, porque pressionaria o elenco corintiano. Em qualquer jogo em que o time tivesse problemas, o nome do atleta seria gritado nas arquibancadas. E há também a fama de desagregador que Marcelinho Carioca carrega.
O treinador lembrou ao presidente um diálogo que tiveram em dezembro de 2007, poucos dias após o rebaixamento para a Série B do Brasileiro, quando Mano Menezes acabara de assinar seu contrato. Andrés Sanchez afirmou que ele teria carta branca para montar o elenco, com uma exceção: o volante Vampeta ficaria até junho para encerrar a carreira no clube.
“Você quer voltar para a primeira divisão e disputar títulos?”, perguntou, na ocasião, Mano Menezes. “Claro”, respondeu Andrés Sanchez. “Então, não é possível ter um jogador como o Vampeta no elenco”, cravou o treinador. O dirigente concordou e rompeu o vínculo com o jogador.
O argumento para não ficar com Vampeta era técnico. Com ele no elenco, Mano Menezes teria de escalá-lo, seja por pressão da torcida, seja porque em algum momento ele seria necessário por causa de suspensões e lesões. E todos viram no Brasileirão de 2007 que o volante estava longe de ser aquele jogador do fim dos anos 90.
Com Marcelinho Carioca, a situação seria a mesma. Mano Menezes sabe que para ganhar um torneio como a Libertadores é preciso ter um grupo 100% motivado e bem fisicamente – o atacante Ronaldo, na parte física, é a exceção, mas como é muito acima da média, o técnico releva.
A princípio, Marcelinho Carioca nem treinará com o elenco. No dia 7 de janeiro, deverá acontecer a sua apresentação oficial como embaixador do clube. A ideia é que ele comece no banco de reservas contra o Huracán e entre no segundo tempo. Será a sua despedida do Corinthians e também como jogador profissional de futebol.