Foram necessários cinco Pré-Olímpicos para que o Marcelinho Machado pudesse, enfim, realizar o sonho dele e de toda uma geração do basquete brasileiro: classificar o Brasil para uma Olimpíada. A vaga veio neste sábado, em uma atuação praticamente irretocável do jogador do Flamengo, autor de 20 pontos, sendo 15 em arremessos de três pontos.

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O ala de 36 anos fez sua primeira tentativa em 1999, mas o Brasil não conseguiu classificar seu basquete masculino para os Jogos de Sidney. Também não foi possível nos Pré-Olímpicos das Américas de 2003 e 2007, nem no Pré-Olímpico Mundial de 2008. Sempre titular, o veterano teve que se contentar com a reserva na equipe de Ruben Magnano. O papel de protagonista ele conquistou em quadra.

Ao fim do jogo, ao tentar falar com o Sportv, Marcelinho Machado demorou a conseguir tirar o nó da garganta e responder sobre o sonho realizado. “Representa muita coisa você buscar, você saber que trabalhou muito todos os anos e não vem, não vem, não vem. É mérito nosso, a gente se dedicou muito, treinou dois meses, se privou de muita coisa”, comentou o jogador, lembrando a longa preparação realizada em São Paulo.

Tido por muitos torcedores como um jogador individualista, por precipitar o arremesso em muitos ataques, Marcelinho exaltou o grupo brasileiro. “O que é bom é que a gente divide isso sempre em grupo. Quando perde está todo mundo se abraçando e quando ganha também”, comentou o ala, ainda com os olhos cheios de lágrimas. Pouco antes, ele havia ouvido de Marcelinho Huertas que era ele, Machado, o verdadeiro capitão da equipe.

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Líder do time em quadra, Huertas também fez excelente partida contra a República Dominicana. Se no jogo da primeira fase ele teve dez erros (o mesmo número que na soma das quatro partidas que fez em seguida), neste sábado foram apenas quatro. Brilhou tanto nos arremessos (fez 20 pontos) quanto na armação (sete assistências).

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Ele também lembrou de toda a dedicação do elenco. “Nada mais justo que uma classificação suada, sofrida, merecida. A gente trabalhou muito, a gente estava aqui para mostrar que brigando por esse lugar. Vamos para a Olimpíada para lutar lá”, disse ao fim do jogo. Em Londres, a equipe pode ter os reforços de Nenê, Anderson Varejão e Leandrinho, além de Larry Taylor, norte-americano que busca a naturalização.