Marcelinho Carioca está de volta ao Brasil

São Paulo – Marcelinho Carioca chegou ao Brasil prometendo processar o Al Nassr. Além de cobrar quatro meses de salários atrasados, o jogador brasileiro vai mover uma ação por danos morais. E ainda pretende reivindicar uma indenização milionária para compensar todo o sofrimento nesses quatro meses na Arábia Saudita. “Vocês vão ver. Eles vão sofrer um bocado para me pagar. Vão se arrepender de tudo o que fizeram”, avisou.

No desembarque, ontem, no aeroporto de Guarulhos em São Paulo, Marcelinho soube que Rivaldo pode se transferir para o Al Ittihad, time de Candinho na Arábia. E tratou de lhe mandar um recado. “Se ele for mesmo, acho bom receber tudo adiantado. Se não, pode ter problemas”, recomendou. Em seguida, acrescentou. “Se o meu time, que é o segundo lugar no campeonato não me pagou, imagine então a situação dos outros…”

Na concorrida entrevista coletiva de ontem, no aeroporto, Marcelinho fez questão de absolver o povo árabe. “Não tenho a menor queixa do povo. Sempre fui tratado com respeito e com carinho pelas pessoas”, revelou. De acordo com o jogador, o problema são os dirigentes. “No primeiro mês foi tudo uma maravilha. Mas depois você vai conhecendo as pessoas e o sistema. Infelizmente, as pessoas não são corretas e o sistema totalmente despreparado. Existe uma monarquia e uma ditadura muito fortes. Quem manda no país são eles. Só que eu lutei até o fim e venci, com o apoio da Fifa.”

Marcelinho não confirmou a história de que o clube cortou a energia elétrica de sua casa, em represália à sua decisão de rescindir o contrato. “O que aconteceu é que eles esqueceram de pagar a conta. Foi só um dia. Também não é verdade que eu fiquei confinado em meu apartamento. Levava uma vida normal, podendo sair para ir ao supermercado ou para jantar fora. Só não pude voltar ao Brasil porque eles me chantagearam, segurando o meu passaporte. Diziam que só liberariam o visto se eu abrisse mão do que tinha para receber. Até que a Fifa entrou em ação. No dia de Natal, recebi o meu visto”, contou o jogador.

Destino do meia será anunciado só amanhã

São Paulo –

Depois de contar ontem como foi o período que passou na Arábia Saudita, Marcelinho Carioca marcou uma nova entrevista coletiva para amanhã, num hotel de São Paulo. O jogador vai anunciar em que time ele jogará em 2004. No desembarque, ainda no aeroporto, ele não quis informar se o seu futuro clube é o São Caetano, que lhe fez uma proposta antes de sua transferência para o futebol árabe, ou o Vasco, que acenou com a possibilidade de uma volta a São Januário depois que seu desafeto Edmundo rescindiu contrato na última sexta-feira.

“Ainda não posso dizer onde vou jogar porque há mais de uma possibilidade. Mas quero resolver tudo até amanhã”, afirmou Marcelinho, que não vai passar o fim do ano no Rio de Janeiro, onde estão os seus três filhos. O jogador disse que pretende passar seu aniversário – que coincide com o Réveillon -com os pais, em São Paulo.

Ontem, Marcelinho fez questão de fazer um agradecimento público a uma brasileira que mora na Arábia Saudita, Adriana Breckembroken, casada com o árabe Ibrahim Assad.

Adriana, natural de Joinville, leciona inglês num colégio onde estudam os filhos de todos os príncipes sauditas. Foi ela que escreveu todas as cartas e petições para Marcelinho enquanto o jogador esteve impedido de sair do país. E Ibrahim serviu-lhe como intérprete nesses meses de calvário na Arábia.

“Quero prestar um agradecimento público a eles e dizer aos pais da Adriana, em Joinville, que eles podem se orgulhar da filha e de seu marido. A Adriana fez um papel brilhante como brasileira. Fui tratado com uma pessoa da família”, revelou o jogador.

Marcelinho disse, ainda, que os problemas enfrentados na Arábia não excluem uma nova transferência para o exterior. “Já joguei na Espanha e no Japão e nunca tive problemas”, lembrou.

Cicinho promete Libertadores

São Paulo –

“A torcida do São Paulo quer a Libertadores e pode ter certeza que os jogadores vão conseguir esse título”. Quem afirma isso, com tanta certeza, nem joga no São Paulo ainda. Cícero João de Cézare, o Cicinho, tem 23 anos, 1,69m e 69 kg. Ele vai se apresentar ao clube apenas em 12 de janeiro, mas garante que já está em clima de Libertadores.

“Estou me cuidando muito, fazendo alimentação correta e me mentalizando para essa competição. Quero chegar logo e já começar a ajudar o São Paulo”, disse, por telefone, à Agência Estado, desde Pradópolis, no interior de São Paulo, onde passa férias.

Para Cicinho, os jogadores não devem encarar a Libertadores como se fosse um torneio diferente de outros, que necessitasse de outras armas para ser vencido. “Futebol se ganha no campo, não interessa o campeonato. O jogador brasileiro não deve nada a ninguém e deve entrar em campo com raça, mas sem querer briga. Tenho certeza que esse ano os argentinos não ganham. Vai ficar com o São Paulo”, afirmou o lateral.

Cicinho demontra muita confiança, mas toma cuidado para não passar uma imagem de arrogância. “A diretoria me explicou que os novos jogadores foram contratados depois de muita escolha para resolver os problemas do clube. Eu me sinto capaz de jogar no São Paulo, de fazer um bom papel, mas sei também que o Gabriel joga muito bem. Não posso dizer que sou titular. Tudo vai se decidir na pré-temporada e nos primeiros jogos. De qualquer jeito, o São Paulo estará bem servido.”

O lateral-direito poderia ter vindo para o Morumbi há três anos, mas não houve acordo com o Botafogo de Ribeirão Preto. “Eles queriam me vender, junto com o Leandro, o Doni e o Luciano Ratinho, mas o São Paulo me queria por empréstimo. Eu fui para o Atlético e o Corinthians contratou os outros três. Não tenho mágoa do São Paulo. Naquele tempo, eu talvez não estivesse pronto para jogar aqui, mas agora tenho certeza que sim. E, se eles reconheceram isso, só posso agradecer”, revelou Cicinho.

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